terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Wood Allen - O Pensador

Eis uma das personalidades mais admiradas (não pop´s) do cimena mundial. Atuando com personagens instigantes e carismaticos e dirigindo com um estilo notóriamente reconhecido, Wood Allen, é detentor de uma legião de fãs pelo mundo todo.

Sua linguagem trágico-comica, as vezes mais comicas:


"Você pode viver até os cem anos se abandonar todas as coisas que fazem com que você queira viver até os cem anos."
 As vezes mais trágicas:

"Não é que eu tenha medo de morrer. É que eu não quero estar lá na hora que isso acontecer."

 Porém sempre com seu tom direto e comum, não que seja banal, pois a sotifiscação está justamente em ver pelo ponto de vista médio, terráqueo e mundano de ver, de cada um de nós:

"Tenho vontade de voltar pro útero. Qualquer útero. "
Seus filmes não vendem uma história da carochina, e sua visão de um mundo, aparentemente carrasco é na verdade, como diz Carl Sagan, "O universo não foi feito à medida do ser humano, mas tampouco lhe é adverso: é-lhe indiferente." Talvez não seja o tipo de visão que a maioria das pessoas querem ver no cinema. Não é o tipo de esperança comum, porém, passa longe de ser uma visão pejorativa:

"A realidade é dura, mas ainda é o único lugar onde se pode comer um bom bife... "


 Tá bom. Existe um certo pessimismo rodeando sua busca pelas respostas aos grandes enigmas do homem:

"Só há um tipo de amor que dura, o não correspondido"


 Na verdade, Wood Allen, é um homem justo, como disse em sua entrevista a Folha, quando do lançamento do seu Filme Math Point (2006), ao ser questionado o motivo de gravar em Londres, ao invéz de ter como palco a cidade de Nova York: " A razão da locação é bastante simples: foi Londres que deu o dinheiro para que o filme fosse feito... ...A indústria do cinema norte-americana sempre foi norteada por lucros, não tem nada a ver com arte ou conteúdo." Sem magoas ou remorsos.

Do alto de sua intelectualidade, podemos ainda nos deparar com frases do tipo:

"Separei-me de minha esposa porque ela era terrívelmente infantil. Uma vez, eu estava a tomar banho na banheira, e ela afundou todos os meus barquinhos sem nenhum motivo aparente".









 


 

Mestres do Iluminismo - Parte I

Jean-Jacques Rousseau
 Suiça 1712 - 1778 

Um dos mestres do Iluminismo Francês, seu pensamento em muito influenciou  o mundo como o conhecemos hoje. E entendendo sua obra, fica muito mais fácil entender mais sobre o estado de direito em que vivemos. e qual a teoria para sua funcionalidade. Como 2010 será um ano de Eleições no Brasil, vamos destacar um trecho de sua obra, que poderia muito bem sofrer uma pequena adaptação. Considere alterado onde lê-se "povo inglês" leia "povo brasileiro":

"A soberania não pode ser representada, pela mesma razão por que não pode ser alienada; ela consiste, essencialmente, na vontade geral, e a vontade não pode ser representada; ela é a mesma ou é outra; não há meio termo. Os deputados do povo não são, pois, nem podem ser, seus representantes, já que não passam de comissários; nada podem concluir definitivamente. Toda lei que o povo não ratificou em pessoa é nula; não é uma lei. O povo inglês pensa ser livre; ele se engana muito, pois só o é durante a eleição dos membros do Parlamento; assim que são eleitos, o povo torna-se escravo, não é nada. No curto momento de sua liberdade, o uso que dela faz bem merece que a perca.”





quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

2009 - Restrospectiva

No Final de cada ano, todos ficamos mais sucetiveis as emoções. Se sua sociedade encarar estes dias como os dias quaisquer do meio de um ano qualquer, você perceberia que nada de especial está acontecendo. Ao menos nada de mais especial que os nos outros dias não aconteça.

Porém, se a sua sociedade é ocidental padrão, nestes próximos dias muitas coisas vão acontecer. As pessoas costumão trocar presentes, e algumas alegam que o presente veio de um ser sobrenatural imortal e muito simpatico que mora no polo norte. (Por isto ele usa aquela roupa super quente e como sua vida é muito corrida ele não tem tempo de trocar quando passa pelo Brasil!).


Muitas pessoas começam a fazer planos para o próximo período de 12 meses, como se não pudessem começar já. Pois bem, toda está alegoria tem um motivo: nós precisamos disto.

Precisamos contar a passagem do tempo. Precisamos saber que uma jornada terá um fim (e um começo).

Em meio as festas, também lembramos do ano que está acabando. Fazer um balanço é muito importante. Rever os planos e os objetivos alcançados.

O Enigma de Jade, existe e 2009 será para sempre lembrado como o ano do nascimento.

Aqui os melhores momentos:


Réplica ao Saindo da Matrix

O Principio de Todas as Coisas

Vitória contar os crucifixos

Homenagem a Carl Sagan


E as nossa mensagem de paz:


"Se as pessoas são boas só por temerem o castigo e almejarem uma recompensa, então realmente somos um grupo muito desprezível."  - Albert Einstein

"As ilusões sustentam a alma como as asas sustentam o pássaro." - Victor Hugo

"A filosofia que cultivo não é nem tão bárbara nem tão inacessível que rejeite as paixões; pelo contrário é só nelas que reside a doçura e felicidade da vida."   - René Descartes

terça-feira, 15 de dezembro de 2009

O Advogado da Filosofia (by msn)



Fabricio (adv.) diz:
 oi (Jade) bacana a discução de vcs, mas não sei o que dizer
 só  não concordo com uma coisa
 seu ultimo comentário
 como faço para comentar?
(Jade)   diz:
 acho q tem q se cadastrar no google...
 qual comentário?
Fabricio (adv.) diz:
 droga
(Jade)   diz:
 faz o cadastro lá ué
Fabricio (adv.) diz:
 eu ia filosofa um pouco tb ahaha
(Jade)   diz:
 então faz o cadastro
Fabricio (adv.) diz:
 não... susse
 em.. deixa eu te fala o que eu penso
 não que eu vá escrever la
 mas assim... você coloca uma polêmica religiosa em disução.
 a filosofia nada mais é do que vc analisar por vários aspectos imateriais algo material ou imaterial
 por exemplo você vê uma laranja ... o que  vc vê... "uma laranja"
 o que o filósofo vê....??
 uma criação que veio da arvore  e que a arvore possui semente que deram origem a laranja , porque brotou a água caiu e fez a semente se desenvolver...
 e etc...
(Jade)   diz:
 hehhe
 isto é poema n filosofia...
 continue
Fabricio (adv.) diz:
 o filosofo não ve um fato isolado ele ve uma cadeia de correlações que chega a um resultado envolvido com uma outra cadeia de possibilidades
(Jade)   diz:
 hummm
 agora entendi.. boa
Fabricio (adv.) diz:
 e oq ue vc fez foi o seguinte
 vc falou... oque é a laranja
 ?? boa .. ótima
 e varias pessoas mostraram as cadeias de possibilidades e realidades materiais e imateriais que podem se correlacionar na definição de uma laranja, como podem não ter nada a ver
 mas quando vc fala: você acredita no Batman.
 vc acabou com toda a idéia da discução, perdeu o foco, praticamente disse
 "galera ;... cala a boca... é só uma laranja
(Jade)   diz:
 é... foi forte e infantil.. mas é para chocar msm... tipo o cara disse que o Dawkins é burrice e maldade... n precisava respeitar ele.. podia ser sarcástico
Fabricio (adv.) diz:
 não..
 vc falou que uma laranja é uma laranja e ponto
(Jade)   diz:
 eh... foi... talvez... mas eu disse que Deus e o Bateram são a msm coisa..
 uma criação da mente humana...
 foi isto q eu disse, n foi?
Fabricio (adv.) diz:
 não.... vc disse que deus não existe porque não existe
(Jade)   diz:
 putz.. tbm....
 mas este n existe é pq ele foi criado na mente do homem... como o Batman...
 pq está é a idéia central do ateísmo...
Fabricio (adv.) diz:
 só que assim, seria uma resposta mais plausível com o perfil da jade, questionar, talvez seja realmente maldoso e burro.... mas oque é caracterizado burrice? o que é maldade, correlacionar bem e mal com o contexto religioso
(Jade)   diz:
 ai que ta...
 o Apologia disse q era um filosofo..
 disse q seguia o método de Sócrates....
 mas na hora q apertou ele disse
 eu creio pq acredito
Fabricio (adv.) diz:
 perfeito
(Jade)   diz:
 kd a argumentação dele... acabou a discução... ele crê pq quer
 logo n pq é verdadeiro...
Fabricio (adv.) diz:
 vc pode crer que esta certo como pode crer que esta errado de qualquer forma pra aquele que crê ele esta certo do que ele mesmo crê...
 ai que ta (Jade),
(Jade)   diz:
 heheehhe
Fabricio (adv.) diz:
 o que é verdadeiro brother
(Jade)   diz:
 o que agente acredita... talvez.
Fabricio (adv.) diz:
 sim... isso é verdadeiro
 mas o que é verdade
 a gente nunca vai saber a única verdade que existe é a que nos cremos
 como pode não ser
 ... mas a filosofia é isso
 isso que é o massa da filosofia
 mas em minha opinião todos os filósofos são burros, pois acreditam que o que eles acreditam ser verdade pode não ser verdade ahhaha isso é burrice
 pow meu, nem eles acreditam neles
 ou se acreditam e afirmam como a jade afirmou... já deixaram de serem filósofos
(Jade)   diz:
 kra... o que posso dizer...
 a filosofia é a mãe de todas as ciências..
 o direito é uma ciência..
 mas sem a filosofia... ele n teria surgido... nós ainda estaríamos pelados e caçando a comida...
 falando através de rugidos sem significado
 tenho dúvidas somente se foi a religião ou a filosofia que nasceram primeiro..
 o mais provável é que juntas... misturadas...
 a religião é uma forma de ciência... foi qnd questionamos o mundo...
 o motivo das coisas, e assim começamos a compreender o mundo que nos cerca....
 a dúvida é amiga da sabedoria e do desenvolvimento
 do progresso e da criatividade....
 tenho um texto sobre isto no blog
 "Elas surgem o tempo todo em nossas mentes, se não a mantivermos ocupada. E agindo em conjunto, elas possibilitam todas as maravilhas que a humanidade já criou, na arte, na ciência e na religião. São elas a criatividade e a curiosidade."

  As Respostas da Religião

Fabricio (adv.) diz:
 insto foi inteligente
 o comentário do Batman não

---

Em homenagem a um guerreiro do Direito.

Um debate. Dois Lados.

Muitas vezes não é produtivo, mas temos que admitir que é muito divertido. Claro, deve-se respeitar as posições contrárias, ninguem é obrigado a concordar com sua pespectiva. (Ao menos que você seja um crente, neste caso, você vai querer obrigar a outra pessoa a pensar como você - mas até nestes casos, atualmente, existe mais respeito).

Segue aqui, um debate onde ficam claros os lados de cada uma das partes. Ainda assim é interessante e por isto merece a reprodução. Precisamos só registrar que pelo lado do Apologia, viu-se em um comentário que ele utiliza o método socrático, por isto ele não responde as perguntas apenas faz outras. Acredito que não seja preciso ser um filósofo para saber que Sócrates afirmava: Só sei que nada sei, o que é dificil para qualquer cristão afirmar, uma vez que eles sabem muita coisa, como por exemplo: Idade do universo, quem criou o universo, como falar com este ser criador, como ir morar com ele depois depois da morte, etc....


Em fim, segue para avaliação de cada um:


Jade diz:
Qual o mérito em encontrar um pouco de fé nos argumentos de Dawkins?
Existe alguma relação entre o fato de Dawkins não ser (e talvez não argumentar como um) filósofo e o fato de haver veracidade quando se afirma que existe um Deus e ele inspirou os relatos biblicios?
Deus, um Delírio não quer ser um tratado filosófico, apenas levanta pontos de reflexão a respeito da base falsa em que são erguidos impérios religiosos. Apresenta ainda uma visão de mundo onde as pessoas serão menos iludidas e quem sabe por isto passem a exigir que a vida seja melhor - já que é a única que temos.
Apologia diz:

Jade, vc leu o livro de Dawkins? Seu propósito expresso é demonstrar que Deus não existe. E quando ele faz isso, está entrando no campo da filosofia.
E de qualquer modo, se ele “levanta pontos de reflexão a respeito da base falsa em que são erguidos impérios religiosos”, ele também está lidando com filosofia. Mas como o texto demonstra, como é um péssimo filósofo.

Jade diz:

Webmaster,
Entendido, realmente ao tratar destes temas, a matéria correta é a filosofia. E como muito bem demonstrado neste artigo(e em muitos outros que são contrários a posição de Dawkins) falta-lhe consistencia filosofica para sustentar seus argumentos.
Porém o que me intriga é o fato de que apesar de Dawkins não poder provar a sua tese e haver falhas em seus argumentos, é que Deus certamente não existe!
Ficamos, ao menos em um primeiro momento, chocados com isto! E agora o que faremos? Tudo bem, talvez o mundo como um todo ainda vá aceitar as religiões, mas e nós como individuos?

Apologia diz:

Enigma, como vc tem certeza que Deus não existe?
Enigma escreveu: “Ficamos, ao menos em um primeiro momento, chocados com isto! E agora o que faremos?”
Se Deus não existe, o homem está atolado no niilismo. Veja este texto: http://www.apologia.com.br/?p=80

Jade diz:

Entendido, muito interessante o artigo, adorei este trecho, o qual, destaco abaixo:
Webmaster, escreveu:
“Inventar um sentido para a vida pode até ajudar uma pessoa a se sentir melhor. Mas esta invenção não passa de um auto-engano para ajudar a suportar a dura realidade da existência, visto que a vida continua sem sentido, em termos objetivos, da mesma forma.”
Acredito que isto se aplica exatamente ao cristianismo moderno. Moderno, porque antigamente ele servia para servir interesses de classes dominantes. É muito triste a verdade não é? Mas diga, porque continua acreditando, mesmo assim?


Apologia diz:

Enigma escreveu: “Acredito que isto se aplica exatamente ao cristianismo moderno. Moderno, porque antigamente ele servia para servir interesses de classes dominantes.”
Desculpe, mas não entendi essa sua frase. Você está dizendo que modernamente as classes dominantes usam o cristianismo para servir a interesse de classes? E quais seriam essas classes dominantes modernas? E mesmo que existam classes dominantes que utilizem o cristianismo para manipular as massas, o que isso tem a ver com a veracidade ou falsidade do Cristianismo?? Mesmo no tempo de Jesus, haviam religiosos que utilizavam a religião para roubar o povo. Mas e daí? Isso prova que o Cristianismo é falso? De forma alguma!
Enigma escreveu: “Mas diga, porque continua acreditando, mesmo assim?”
Eu sou cristão porque creio que o Cristianismo é a verdade. Neste blog há diversos argumentos para demonstrar a verdade do Cristianismo.

Jade diz:

Explicando. Antigamento o Cristianismo servia para dominar. Hoje o Cristianismo esta a margem do poder, antes estava diretamente ligado a ele. Ao menos é o que diz a história.
O importante e a sua idéia de:
“Inventar um sentido para a vida pode até ajudar uma pessoa a se sentir melhor. Mas esta invenção não passa de um auto-engano para ajudar a suportar a dura realidade da existência, visto que a vida continua sem sentido, em termos objetivos, da mesma forma.”
O que, em princípio, se aplica exatamente ao Cristianismo, e mesmo tendo está visão abramgente, ainda, insiste em crer.

Apologia diz:

Enigma escreveu: “O que, em princípio, se aplica exatamente ao Cristianismo, e mesmo tendo está visão abramgente, ainda, insiste em crer.”
Enigma, não faria sentido crer no Cristianismo se esta religião fosse apenas uma ilusão. Mas como já expliquei no meu comentário anterior, sou cristão porque creio que o Cristianismo é a verdade. E neste blog há diversos argumentos para demonstrar a verdade do Cristianismo. É por isso que creio.

Gostaria de agradecer por está resposta. A primeira humilde e sincera. A fé é uma benção e o redator do blog Apologia é um abençoado. Não havia mais o que se comentar. Porém encontramos a incrivel colaboração de um inteligentíssimo internauta, o qual segue com a devida réplica:


Hodgson diz:

Se fosse improvável a existência de um projetista de aranhas e pessoas apenas porque este projetista teria que ser mais complexo que tais objetos haveria igual razão para que a mera existência de relógios tornasse improvável a existência de engenheiros. Poderíamos afirmar então:
“a tentação de atribuir a fabricação de relógios a engenheiros é falsa porque a hipótese de que existam engenheiros inteligentes suscita o problema maior de quem projetou os engenheiros”.
Diante disso eu me pergunto: como é que alguém leva este monstro de burrice e maldade que é o Richard Dawkins a sério?

 Jade diz:

Se alguem me diz que sente a presença de Deus, e me explica que está a falar em simbolos, sou obrigado a aceitar.
Mas a ignorancia cristã do Sr. Hodgson, ao se questionar como alguém leva este monstro de burrice e maldade .. a sério? isto é de mais!
Meu caro, se você acha mais pláusivel crer que um espirito fecundou uma virgem e seu filho descobriu ser o filho direto do criador do universo e sua missão era morrer em uma cruz. OK! (acontece que) Quanto mais descobertas a ciência tem, mais mentiras religiosas são desmascaradas. Deus é uma criação do Homem, assim como o Batman. Você acredita no Batman tbm?

Fica nitido que as posições inicias mal são abaladas. Ao menos tentamos compreender a questão levantada pelo Apologia de que falar de Deus é filosofar e a filosofia de Dawkins não é perfeita. Porém voltamos sempre a mesma questão, parodiando Shakespeare, Crer ou não Crer, eis a questão!

Mas tendo isto como verdadeiro, e provavelmente é a melhor opção que temos é esta (impossível provar devido a filosofia que é os argumentos), logo as religiões também não poderiam alegar saber a verdade!!! 

 Agradecimentos especiais:

Isaac Asimov - por levantar a questão da crença pláusivel.




quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

IRA - Xadrez, truco e outras guerras (José Roberto Torero)


Ira, um dos 7 pecados capitas e uma guerra a la brasileira. São alguns dos ingreditentes deste delicioso livro do autor Joré Roberto Torero, que conforme informações da contra capa (inspiração do livro) nasceu em Santos e formou-se em letras pela Universidade de São Paulo (USP).

Sem dúvida alguma, qualquer apaixonado pela literatura e por livros, ao iniciar este, não verá a hora de termina-lo. Breve, porém, muito interessante, o livro nos leva a uma guerra, começando com seu nascimento na sala do Rei, e seus motivos empreender tal guerra, passando por vários outros membros também envolvidos (cada um a sua maneira e com seus motivos), desde o General até o Soldado - este o personagem principal, segundo descrição do próprio autor.


A história é interessante, os fatos narrados são também interessantes. Mas o que de faz deste um livro digno de ser lido e divulgado é o fato de o autor nos jogar algumas verdades, de forma divertida e sem meias palavras. É comum, durante a leitura, você para para rir e se sentir inteligente por entender a idéia que está sendo transmitida.

Muitos trechos mereceriam serem destacados, mas como acabaria por reproduzir a obra integralmente, segue apenas trechos do sermão proferido pelo Capelão a tropa, momentos que antecedem a batalha:

"Meus filhos, muitos de vocês devem estar se peguntando: Não é um dos mandamentos de Deus: Não matarás? Não disse Jesus que nos amássemos uns aos outros? Não nos ensinou ele que, quando fôssemos esbofeteados, deveríamos virar a outra face para apanhar novamente?

A resposta é três vezes sim.

Então, perguntariam vocês: Por que estamos indo nessa guerra?...

Estas dúvidas podem estar no coração de boa parte de vós, e, como a dúvida é uma porta aberta para a entrada do Diabo, tenho que esclarecer umas poucas coisas a respeito da suprema verdade.

Deus nos adverte, amados filhos, a respeito de sete grandes pecados:  Inveja, luxúria, gula, avareza, soberba, preguiça e a ira. Todos estes pecados são essencialmente maus e condenáveis, execto um deles, meus amados, e este é a ira.

A ira é o único dos pecados que pode ser uma virtude. Nenhum dos atos do Pai pode ser chamado de invejoso, preguiçoso ou avarento, nem o Filho pode ser acusado de ter cometido um ato de soberba, de luxúria ou de gula, mas tanto um como o outro iraram-se algumas vezes. 

Jeses irou-se contra Judas por ter censurado a mulher que lhe lavava os pés. Deus irou-se contra Adão e Eva e expulsou-os do paraíso. ..."

O texto em destaque da apenas uma pequena pincelada sobre o livro, de forma alguma pode-se compreender a história, o ritmo da leitura ou mesmo o enredo principal com base neste trecho. Porém, naturalmente vemos aqui um destaque para uma das maiores virtudes das(os) igrejas/sacerdotes. Por isto o destaque. Esta idéia "motivacional" e inspiradora, que em seu tempo foi útil para alguns povos, mas que com o amadurecimento da humanidade, terá que ser superada.

Uma guerra acontece por varios motivos, o menor deles, podemos facilmente acreditar, é que o inimigo é  a personificação do mal/demonio/inferno. Porém, para defender interesses, nada melhor do que a religião para justificar uma guerra, ao final deste sermão, o Capelão, neste caso um personagem, mas poderia ser um personagem real, ainda fala:

"...Esta ira é a ira santa, a ira que tem a bênção do céu. Avante, guerreiros de fé! 

 ....

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Esolhendo a vida...

Vale a pena? Quando penso no tempo que vou viver, nos livros que vou ler, nas pessoas que vou conhecer, nas tecnologias que vou poder usufruir, nas copas do mundo a mais que vou assistir. Nossa vale... vale a pena mesmo!



Se eu puder viver uma mais uma década, vou ver dois novos campeões mundiais ou até três!!! Vou poder viajar para lugares diferentes. Vou escrever um livro. Vou envelhecer com meus amigos e poder conversar muito com eles. Vou viver mais 10 dias de ano novo, 10 noites de natal, 10 carnavais e 10 dias dos pais. Vou batizar um neto e velo crescer, talvez se formar, talvez se casar, talvez conhecer um bisneto.... 

Se eu puder viver um ano a mais, vou ler um livro, vou assistir uma adaptação, vou ver mais um aniversário da minha filha, comprar um presente para ela. Vou ver mais um aniversário meu, dos meus amigos, vou ganhar e dar presentes, vou ganhar e dar abraços.


Se eu viver só mais um dia, vou ver o nascer do sol, vou ouvir o som dos pássaros, vou andar no parque, vou rever um amigo, vou almoçar com toda a família, vou refletir sobre os melhores momentos da vida, vou chorar de saudade, vou fazer uma oração de agradecimento, vou ver o por do sol com uma criança e vou contar-lhe uma linda história, vou caminhar sob a luz da lua, e vou dizer, uma última vez o quanto amo esta vida. 

Só por um dia já vai valer a pena.
 
 
 

 
 
 

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Crer ou não Crer, eis a questão


Como alega o Sacerdote Católico Romano, Hans Kung, em seu livro "O Princípio de Todas as Coisas" (leia o artigo aqui), talvez os ciêntistas não possam argumentar sobre a coisas da metafísica. Claro que a ciência tem um papel importante para desmistificação de muitos charlatões que se dizem fontes de curas ou que prometem riqueza, amor, etc... Ainda assim no que tange a religiosidade de algumas pessoas, ao menos para elas, quando a ciência demonstra que sua crença (provavelmente) está equivocada, é normal estas pessoas afirmarem que, por exemplo, Deus, está acima da compreesão humana (!) e que não cabe a ciência explicar Deus.


Pois bem, existem outros, que acreditam que a ciência está, com suas descobertas, comprovando a existencia de um Deus. Apesar de que as vezes, estas descobertas, desmascaram algumas crenças (como exemplo a crença na descrição literal da criação do universo contida na Biblia), elas também comprovaria que existe um Deus que criou o universo, e que seria, este Deus, a causa última de todas as coisas (tanto na direção do princípio, como na direção do final).

Neste sentido, encontramos um artigo muito interessante, apesar de massivamente grande, sobre o argumento cosmológico do filósofo cristão Dr. William Lane Craig, no blog Apologia, como sendo uma possível prova da existência de Deus (parece que Graig alega que é uma prova - não uma possível prova). Duas conclusões são possíves de se tirar desta iniciativa:

Em primero, este tipo de raciocínio, demonstra que atualmente até mesmo os mais crentes as vezes se rendem a beleza da razão, para justificar suas crenças, o que deve ser um avanço (já que mesmo não querendo, ajudam a despertar o interesse de pessoas para as descobertas ciêntificas, o que antes era  desencorajado pelas igrejas). Em segundo,  para os que acreditam em algo superior, esta atitude, traz um pouco de conforto. Estas pessoas que não conseguem mais ouvir os discursos dos pregradores médios e se fingir de cego, contra todo o conhecimento atual, para não ver o charlatonismo destas pregações, mas ainda assim escolheram "crer", apreciam estes argumentos que justificam sua fé.

Porém apesar destes pontos positivos, parece ser mais sábio as palavras do Sr. Hans Kung e sua visão de que a ciência não deve discursar contra a existência de todo o metafísico, já que o que é metafísico não estaria (ainda) acessível a ciência. Melhor este pensamento do que o argumento, do comico Sr. Graig, que tenta dar o carimbo de credibilidade científica aos seus argumentos que "demonstram" a existência de Deus.

Este Deus das lacunas é o pior de todos os Deuses. Mesmo que estejamos caminhando para uma verdadeira compreensão de algo que seja "divino", dar como justificativa as lacunas dos conhecimentos fisícos, para a fé em antigas crenças é o mais deplorável dos atos dos que se declaram serem inteligentes. Assim, melhor escapar ao debate direto, supondo que o metafísico seja algo íntimo de cada um de nós, e por isto deva ser respeitado. Se a ciência não pode julgar a metafísica, a metafísica não deve se aproveitar dos novos conhecimentos para tentar provar sua validade.


...

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Crucifixos Vs. Estados Laicos - em escola na Itália

Primero comentário sobre este assunto me chegou através do Ateus do Brasil, e após, lendo a notícia no Globo on line, fiquei surpreso com o conteúdo da matéria. Acontece que a Corte de Direitos Humanos da União Europeia, estaria julgando o caso de Soile Lautsi, uma italiana de origem filandesa, que pedira a instuição de ensino onde seus filhos estudavam, que retirasse os crucifixos das salas de aula. Como não teve sucesso, ela recorreu a conter internacional da UE.

Dentre a repercusão, e acredite terá muita mesmo, foi alegado que os crucifixos fazem parte da tradição da Itália. Imaginar a Italia sem a igreja Católica é mesmo difícil, mas neste caso cabe a reflexão de que a a tradição demonstra a força dos que já morrerram e fraqueza dos que estão vivos. Bem em todo o caso não é pela tradição cultural pura e simples que existem tais crucifixos nas escolas, mas tudo bem, vamos acreditar que seja pura e simples tradição.

O interessante aqui, é o que muitos céticos, agnosticos e principalmente ateus, acreditam que estamos iniciando uma era da história da humanidade onde a tradição religiosa imposta as pessoas está perdendo cabo para aquilo que muitos chamam de "racionalidade". Este é o sonho de pessoas como Carl Sagan, Richard Dawkins e muitos outros.

Minha esperiência, em conversas com pessoas comuns como eu, revelou que poucos acreditam que isto realmente esteja acontecendo, inclusive foi alegado que sempre na história da humanidade deve ter existido pessoas céticas, que simplesmente foram abafadas pela maioria. Como dizem: "Quem ganha a guerra escreve a história". Se realmente for isto, e provavelmente seja mesmo, me intristeço em imaginar os (talvez) milhões de homens e mulheres que deviam se sentir totalmente desamparados por não "sentirem", não "verem" e não terem a fé que ouviam ser verdadeira. Todas estas pessoas tiveram suas vozes esquecidas.

Mesmo considerando que sempre houve pessoas contestadoras que não aceitassem os dogmas das religiões de sua época, mas que jamais conseguiram rivalizar com o esmagador numero de pessoas que seguiam as religiões, ainda assim, podemos estar caminhando para uma evolução, neste sentido, atualmente.

Talvez sejamos privilegiados, e nos útlimos séculos, desde a Renascença com o crescimento do conhecimento científico e a popularização de idéias de filósofos como Nietzsche, Sebástien Faure, e muitos outros, estamos caminhando para um mundo mais secular.

Se tudo isto não fosse o suficiente, só o fato de os governos ao menos publicamente se dizerem seculares já é um avanço sem precedentes na história, principalmente lembrando que no passado o chefe de governo era considerado um Deus!

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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Ciência e o Futuro

”É bem provável que a ciência produzida daqui a um século nos pareça tão maravilhosa e estranha e misteriosa quanto a nossa ciência pareceria a um camponês medieval. A ciência e a tecnologia do século seguinte nos parecerá ser pura mágica. Eu diria que existe tanto para ainda ser feito pela Ciência que o resultado será muito mais maravilhoso, muito mais grandioso, até mesmo muito mais poético do que qualquer um que atualmente se considera espiritualista ou místico seria capaz de sonhar.”

Richard Dawkins








Se considerarmos os avanços tecnológicos dos últimos tempos, estes em muitos aspectos superaram as histórias de ficção ciêntifica. Nem as mais bem elaboradas histórias, que apesar de serem bem generosas quanto ao tempo que levaria para acontecer grandes avanços, não foram capazes de prever as muitas variáveis que de fato surgiram.

Mesmo assim, a leitura desta histórias se torna um exercício agradabilíssimo e imaginar quais seriam os avanços que o homem do futuro terá a sua disposição fica muito mais fácil se nos apoiarmos nos grandes pensadores. Se você quiser seguir uma viagem em direção ao futuro e estiver disposto a encarar o que ele nos reserva, procure nos textos de Isaac Asimov e você encontrara coisas magníficas.

Em especial recomendamos um conto, que pode ser lido no site novomundo.org.

Boa leitura!
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quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Apologia (O Delírio de Dawkins exposto)

O Blog Apologia, que se auto denomina: "um blog evangélico cuja missão é refutar críticas ateístas e demonstrar a veracidade da fé cristã.", apresenta em seu artigo O Delírio de Dawkins exposto, uma palestra do filósofo William Lane Craig, que questiona os argumentos ateísta do livro Deus, um delírio. 

Craig, na palestra, explica que o argumento central do livro de Dawkins, é baseado em 6 premissas:

1º A origem do que nos parece ser o "design" do Universo;
2º É tentador atribuir a este design um projetista;
3º Atribuir um projetista para o design levaria a necessidade de explicar quem é o projetista do projetista;
4º O "grande" desing da biologia é a Seleção Natural (de Charles Darwin);
5º Não existe, ainda, um desing para a física, que explicaria o design do Universo;
6º Provavelmente algum dia teremos uma teoria tão explicativa para a física quanto é a Seleção Natural para a Biologia.

Em seguida Craig, demonstra com sua lucidez filosófica que estas premissas, que foram elencadas pelo próprio Dawkins com sendo o coração do livro, não levam necessáriamente a provar, lógicamente, que Deus não existe. Apenas, segundo ele, em uma pespectiva mais "caridosa" e assumindo as premissas como verdadeiras, podemos concluir que não se pode provar a existencia de Deus a apartir do argumento de design do universo.

Além disto, para alegria de todos os que acreditam na existencia de um Deus (qualquer Deus), o palestrante explica que (considerando verdadeiro o argumento de que nenhum Deus seria o designer do universo) ainda assim é perfeitamente possível acreditar em algum Deus, por exemplo:

"talvez nós devemos acreditar com base no Argumento Cosmológico, ou Argumento Ontológico, ou Argumento Moral..." e ainda acresenta "ou mesmo acreditar baseado simplesmente em nenhum argumento". Devemos reconhecer a integridade moral de um filósofo como o Sr. Graig ao afirmar que este "nenhum argumento" pode ser como exemplo, as experiências religiosas ou uma revelação divina.

Graig continua sua palestra mostrando que é perfeitamente viável que uma explicação que necessite de um projetista é perfeitamente lógica, o que também devemos concordar, e que com isto, não se pode dizer que Deus não seja o projetista do Universo, com base nesta premissa. Afirma ainda que tal projetista não necessáriamente teria de ser mais complexo que o próprio Universo. Dispensamos aqui as descrições deste projetista, utilizadas pelo Graig, como "entidade não física" que não seria necessáriamente complexa, apenas vamos citar a frase:

"Dawkins evidentemente confunde as IDÉIAS de uma mente, que podem ser muito complexas, com a mente EM SI."  (eis uma idéia complexa, gerada por uma mente talvez bem menos complexa, para comprovar sua própria veracidade).


É difícil compreender em que ponto está palestra de alguma forma vai de encontro com a idéia do blog Apologia de refutar críticas ateísta, já que foram confirmadas várias das idéias que dão folegos aos que questionam as "verdades" religiosas. Graig, afirma (talvez sem a intenção) muitas coisas sobre Deus:

-Não é o Design da vida, como afirmaram muitos antes de Darwin;
-Pode não ser o Design do Universo, mas para ser bastaria ser "simples" como uma mente capaz de ter idéias complexas como o cálculo infinitesiamal;
-Pode se acreditar Nele com base no Argumento Ontológico;


Muitos são aqueles que argumentão que seria possível existir um Deus, qualquer um dos diversos já inventados pelo homem (mesmo que este Deus não tenha a maioria das prerrogativas que as religiões lhe atribuem) e este debate é utilizado, tanto pelos que acreditam (ou querem acreditar), quanto é utilizado pelo que não acreditam (ou preferem não acreditar) nas mitologias (tanto clássicas quanto modernas). Mas, como exposto nesta palestra, e já discutido aqui, muito pior do que a fé em não crer são certas "lógicas" para crença.





Bem Apologia acaba de ir para o lista de inspirações d'O Enigma de Jade.

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terça-feira, 27 de outubro de 2009

O Princípio (JRR Tolkien)

AINULINDALË
Ainulindalë
A Música dos Ainur


Havia Eru, o Único, que em Arda é chamado de Ilúvatar. Ele criou primeiro os Ainur, os Sagrados, gerados por seu pensamento, e eles lhe faziam companhia antes que tudo o mais fosse criado. E ele lhes falou, propondo-lhes temas musicais; e eles cantaram em sua presença, e ele se alegrou. Entretanto, durante muito tempo, eles cantaram cada um sozinho ou apenas alguns juntos, enquanto os outros escutavam, pois cada um compreendia apenas aquela parte da mente de Ilúvatar da qual havia brotado e evoluía devagar na compreensão de seus irmãos. Não obstante, de tanto escutar, chegaram a uma compreensão mais profunda, tornando-se mais consonantes e harmoniosos.

E aconteceu de Ilúvatar reunir todos os Ainur e lhes indicar um tema poderoso, desdobrando diante de seus olhos imagens ainda mais grandiosas e esplêndidas do que havia revelado até então; e a glória de seu início e o esplendor de seu final tanto abismaram os Ainur, que eles se curvaram diante de Ilúvatar e emudeceram.
Disse-lhes então Ilúvatar: - A partir do tema que lhes indiquei, desejo agora que criem juntos, em harmonia, uma Música Magnífica. E, como eu os inspirei com a Chama Imperecível, vocês vão demonstrar seus poderes ornamentando esse tema, cada um com seus próprios pensamentos e recursos, se assim o desejar. Eu porém me sentarei para escutar; e me alegrarei, pois, através de vocês, uma grande beleza terá sido despertada em forma de melodia.

E então as vozes dos Ainur, semelhantes a harpas e alaúdes, a flautas e trombetas, a violas e órgãos, e a inúmeros coros cantando com palavras, começaram a dar forma ao tema de Ilúvatar, criando uma sinfonia magnífica; e surgiu um som de melodias em eterna mutação, entretecidas em harmonia, as quais, superando a audição, alcançaram as profundezas e as alturas; e as moradas de Ilúvatar encheram-se até transbordar; e a música e o eco da música saíram para o Vazio, e este não estava mais vazio. Nunca, desde então, os Ainur fizeram uma música como aquela, embora tenha sido dito que outra ainda mais majestosa será criada diante de Ilúvatar pelos coros dos Ainur e dos Filhos de Ilúvatar, após o final dos tempos Então, os temas de Ilúvatar serão desenvolvidos com perfeição e irão adquirir Existência no momento em que ganharem voz, pois todos compreenderão plenamente o intento de Ilúvatar para cada um, e cada um terá a compreensão do outro; e Ilúvatar, sentindo-se satisfeito, concederá a seus pensamentos o fogo secreto.


"O Silmarillion" 
Livro de JRR Tolkien
Editado por Christopher Tolkien



Estes são trechos retirados do primeiro capitúlo do Livro que narra eventos antigos ocorridos no universo criado por JRR Tolkien, muito anteriores aos fatos narrados em O Senhor dos Anéis. Como toda boa mitologia, a AINULINDALË, conta o surgimento do mundo, de uma forma tocante e poetica que deixaria os livros mais famosos das mitologias antigas e das atuais ainda em voga, com uma pitada de inveja. Este relato, não tem a menor pretenção de ser tomado como uma verdade absoluta ou fonte de inspiração divina. Mas para mutios fãs, faz surgir no fundo do coração, mesmo que não chegem a exteriorizar, uma pensamento: "será que foi assim mesmo?"

Fim da História (de Hegel a Huntington)

Fim da história, conforme a teoria do filósofo alemão Friedrich Hegel, seria o  ponto onde ocorreria o último processo de mudança da historia. Sendo que a humanidade haveria encontrado um regime de governo que seria utilizado por um longo e indeterminado tempo.

Esta teoria foi retomada pelo norte americano, Francis Fukuyama, que alegava que o ponto máximo da evolução da humanidade, após o aniquilamento do socialismo e do facismo, seria o capitalismo liberal, que terminaria por se impor para todo o globo como regime predominante. Assim, o modelo capitalismo ocidental levaria ao Fim da História.

Contráriando esta visão, a tese de Huntington sobre o “choque de civilizações”, que pregava que após o final da guerra fria, o mundo entraria em uma guerra de civilizações, distinguíveis entre si pela cultura, sendo suas origens históricas e religião, os principais critérios de divisão. Nesta perspectiva o mundo seria basicamente dividido nestas principais "civilizações":

Sínica - Na região da Ásia Oriental, representada principalmente pela China.

Ocidental - Civilização greco-romana, religião predominante a judaico-cristã, compreendida nas regiões da Europa e os países do Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Australia.

Civilização Islâmica - Composta hoje por aproximadamente 57 estados do mundo árabe e norte da africa entre outros.

Nesta abordagem também teriamos as civilizações Japonesa, Latino Americana, Ortodoxia (Rússia) e da Africa Subsaariana, menos ativas em um cenário de conflitos entre culturas, tanto por menor poder econômico-político, quanto por terem afinidades com uma ou mais civilizações.

Esta visão do "Choque de Civilizações", que segundo Saramago foi "atacadas por uns e celebradas por outros quando do seu aparecimento", que ocorreu no início dos anos 90, mostra-se de certa forma verdadeira atualmente.

Hoje a supremacia do sistema político da Civilização Ocidental parece estar cada vez mais presente neste novo mundo globalizado. Algumas civilizações como a Japonesa, a maior parte da Latino Americana (incluindo o Brasil) e até mesmo o gigante asiatico, a China, aparentemente adotarão o sistema ocidental e com isto o mundo caminha para um certa unidade que poderia realmente parecer o Fim da História. Porém eis que surge um conflito, que em muitos aspectos não condiz com a realidade dos novos tempos de um mundo globalizado, "Cristianismo e islamismo continuam a comportar-se como inconciliáveis irmãos inimigos incapazes de chegar ao desejado pacto de não agressão que talvez trouxesse alguma paz ao mundo." (O caderno de Saramago - Um terceiro Deus).

De certa forma, atualmente, não existe conflito maior do que o religioso. Talvez não estejamos ainda preparados para algumas afirmações como a do filósofo Alemão Friedrich Nietzsche: "Temos a arte para não morrer da verdade", mas assumir certas posições, como a ignorância que são as verdades absolutas, que pregam a guerra entre povos, é a única esperença que temos de ver um mundo realmente globalizado e uma humanidade realmente unida.

Claro que Saramago satiriza ao levantar a hipótese de criação de um terceiro Deus, porém talvez exista outra opção, mais viável inclusive. Se for de arte que o homem precisa, a ciência, com suas diversas variáveis, desde a biologia até a matemática, tem muitas obras magnificas para serem criadas/descobertas e depois apreciadas, que poderiam ocupar todas as mentes e corações por muitos e muitos anos.

Mas se os homens precisam de histórias misticas com heróis e entes malvados para satisfazer o ego, a terra média esta de portas abertas para serem estudadas e vivenciadas, inclusive com uma origem bem mais elegante para o mundo do que muitas criações que são levadas bem mais a sério.








segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Carl Sagan - A Glorious Dawn ft Stephen Hawking (Cosmos Remixed) - Legendado

Vamos compartilhar aqui um belo video postado pelo http://www.youtube.com/user/felipefrog, nos apresentando uma música "interpretada" por grandes gênios e principalmente dois grandes divulgadores da ciência para as pessoas: Carl Sagan e Stephen Hawking. São graças a homens como eles que a ciência pode chegar até as mais distantes pessoas do mundo e despertar no coração delas a paixão pelo conhecimento.

Este video, como diz o próprio Felipe Frog, é "Um tributo a dois grandes homens da ciência."




"E se o mundo não corresponde em todos os aspectos ao nosso desejo, é culpa da ciência ou dos que querem impor seu desejo ao mundo?"
Carl Sagan


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O Universo de Stephen Hawking


Abaixo, trecho retirado da série O Universo de Stephen Hawking,  especialmente para todos os amantes da Astrologia, onde o renomado físico teórico da Universidade de Cambridge na Ingraterra, nos apresenta uma  apaixonante visão da evolução do pensamento a cerca do Universo.


"Toda minha vida eu tenho estado fascinado pelas grandes questões que nos enfretam e tenho tentado encontrar respostas científicas para elas. ... Se como eu já olharam para estrelas e tentaram encontrar uma lógica para aquilo que olhavam, também vocês começaram a se questionar sobre o que é que faz o Universo existir. As perguntas são claras e enganadoramente simples, mas as respostas sempre nos parecem bem longe do nosso alcance."

Stephen Hawking
Stephen Hawking´s Universe

Logo abaixo a primeira parte:






Veja as demais partes diretamente no youtube:


O UNIVERSO I de Stephen Hawking 2/6

O UNIVERSO I de Stephen Hawking 3/6

O UNIVERSO I de Stephen Hawking 4/6

O UNIVERSO I de Stephen Hawking 5/6

O UNIVERSO I de Stephen Hawking 6/6

Veja o artigo sobre o livro Uma breve história do Tempo de Stephen Hawking.

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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Direito de escolha... (Bilhões e Bilhões)



Alguns dos mais diversos tipos de sentimentos que brotam no vale da mente humana parecem ser de uma origem divina, que foge das regras físicas de um universo material. As belas palavras de um poema, as notas de uma perfeita sinfonia ou a imagem de uma pessoa amada, fogem as regras matemáticas e se apresentam como que provenientes de uma fonte de amor sobrenatural. A própria habilidade de ter consciência de sua existência, confere ao intelecto humano uma originalidade que aparentemente o coloca em uma posição que o distingui de tudo o resto que o cerca. Além disto, são muito belas as histórias religiosas que explicam a origem desta consciência individual do homem. Essas histórias que tentam explicar a existência deste ser pensante, justificam sua origem em algo que também não obedeça às regras conhecidas do mundo. Dizem que a mente (ou espírito) pertence a outro mundo e que para lá retornará após a derradeira despedida deste, que apenas temporariamente habita. Segundo estas histórias também, existe um outro ser, que compartilha algumas das características da mente humana, que também não foi criado a partir da matéria do universo, mas ao contrário, ele é que criou todo o universo, com todas as suas regras de funcionamento e tudo que nele existe, inclusive, criou a mente humana. Seria este ser a fonte ultima do amor, e dele emana toda a perfeição. Por outro lado, existem outras versões que tentam explicar a origem da mente humana e suas diversas habilidades. São as teorias cientificas, ligeiramente mais complexas e, dependendo da perspectiva, bem menos elegantes, porém, do seu modo, também tentam justificar a consciência do homem. Nas versões cientificas para o surgimento do intelecto do homem, porém, tudo que o compõem, obedece as mesmas regras as quais está sujeito todo o resto a sua volta. 


Muito difícil, se mostra, assumir uma defesa das teorias cientificas em detrimento das versões religiosas, quando o próprio princípio da ciência exige reprodução em laboratório como um pré-requisito para validar seus argumentos. No atual estagio, a ciência não pode reproduzir (mal pode explicar) as habilidades da mente humana. A melhor tentativa, por assim dizer, são os computadores. Em alguns aspectos eles conseguem reproduzir algumas das habilidades da mente humana, porém, estamos muito longe de dar a estas maquinas, o que chamamos de inteligência artificial (que seria o poder de escolha aleatória e consciente para o computador). Qualquer um que se aprofunde no tema, terá sempre a seu dispor esta qualidade (que, ao menos, atualmente não está ao alcance dos computadores) que é a de poder escolher, neste caso, escolher em que acreditar. Aliás, escolher é o principio básico de todas as religiões, o escolher crer, ou seja, ter fé. 


Cada um deve fazer a sua escolha conforme suas convicções e este é um direito de cada um de nós. Esta escolha levará em consideração diversos fatores, alguns mais racionais e outros mais emocionais, mas acima de tudo, esta escolha refletirá também as convicções de cada um. Estas convicções, por estarem tão enraizadas no mais profundo intimo da mente, serão a base que constituirá a fé desta pessoa, independente de qual escolha faça. Tão importante quanto o direito de escolher é também o direto de ser respeitada esta escolha, independente do quão conflitante possa parecer aos olhos de outrem. Neste sentido, encontramos um relato comovente do direto de ser respeitada a escolha de cada um de nós, no livro Bilhões e Bilhões – Reflexões sobre Vida e Morte na virada do Milênio (Carl Sagan, Ed. Companhia das Letras 1998).


O livro é composto de 19 artigos sobre os mais variados temas, onde o professor de astronomia e um dos maiores divulgadores da ciência de todos os tempos, o americano Carl Sagan (1934 – 1996), discorre sobre política, meio-ambiente e ética, de modo inteligente e profundo. Porém o que mais emociona (e porque não também dizer, nos ensina) neste livro é o epílogo, onde a mulher deste eminente astrônomo, a Sra. Ann Druyan, relata seus últimos momentos ao lado do seu grande amor, de forma muito poética e apaixonada. Nesta sua dedicação ao grande amor de sua vida, podemos ver um lindo e comovente depoimento de fé. Abaixo um trecho que foi destacado na contra capa do livro:


 





“Com suas revelações sobre um pequenino mundo embelezado pela música e pelo amor, a nave Voyager já saiu do sistema solar e se dirige ao mar aberto do espaço interestelar. A uma velocidade de 70 mil quilômetros por hora, projeta-se em direção às estrelas e a um destino com o qual só poderemos sonhar. Estou cercada por pacotes do correio, cartas de pessoas de todo o planeta que lamentam a perda de Carl. Muitos lhe dão o crédito por tê-los despertado. Alguns dizem que o exemplo de Carl os inspirou a trabalhar pela ciência e pela razão contra as forças das superstição e do fundamentalismo. Esses pensamentos me consolam e em resgatam de minha dor. Permitem que eu sinta, sem recorrer ao sobrenatural, que Carl vive.”


segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Caim (José Saramago)

O escritor português José Saramago, em entrevista ao Estadão, em face do lançamento do seu livro CAIM,  se posiciona sobre o que ele chamou de "insolência reacionária" da igreja, e afirma que: "Deus não existe fora da cabeça das pessoas que nele creem." e ainda chama o Papa Bento XVI de "cínico".




Trecho do livro:


"Este nosso relato, embora não tendo nada de histórico, demonstra a que ponto estavam equivocados ou eram mal-intencionados os ditos historiadores, caim existiu mesmo, fez um filho à mulher de noah, e agora tem um problema para resolver, como informar lilith de que é seu desejo partir. Confiava que a condenação ditada pelo senhor, Andarás errante e perdido pelo mundo, pudesse convencê-la a aceitar a sua decisão de ir-se. Afinal, foi menos difícil do que esperava, talvez também porque essa criança, formada por não mais que um punhado de células titubeantes, exprimisse já um querer e uma vontade, o primeiro efeito dos quais tivesse sido a reduzir a louca paixão dos pais a um vulgar episódio de cama a que, como já sabemos, a história oficial nem sequer irá dedicar uma linha. Caim pediu a lilith um jumento e ela deu ordens para que lhe fosse entregue o melhor, o mais dócil, o mais robusto que houvesse nas estrebarias do palácio. E nisto se estava quando correu pela cidade a notícia de que o escravo traidor e seus comparsas haviam sido descobertos e presos. Felizmente para as pessoas sensíveis, dessas que sempre apartam os olhos dos espetáculos incômodos, sejam eles de que natureza forem, não houve interrogatórios nem torturas, o que talvez se tivesse devido à gravidez de lilith, pois, segundo a opinião de abalizadas autoridades locais, poderiam ser de mau agouro para o futuro da criança em gestação, não só o sangue que inevitavelmente se derramaria, mas também os desabalados gritos dos torturados. Disseram essas autoridades, que os bebês, dentro das barrigas das mães, ouvem tudo quanto se passa cá fora. O resultado foi uma sóbria execução por enforcamento perante toda a população da cidade, como um aviso, Atenção, isto é o mínimo que vos pode suceder a todos."


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Um mundo de diversidades




"Só temos consciência do Belo
quando conhecemos o feito.
Só temos consciência do bom,
Quando conhecemos o mau.
O grande e o pequeno são complementares.
O alto e o baixo formam um todo
O tom e o som se harmonizam.
O antes e o depois seguem-se um ao outro.
O passado e o futuro geram o tempo.
O longo e o curto se delimitam
O ser e o não ser geram-se mutuamente.
O sábio executa sua tarefa sem agir.
O sábio tudo realiza - e nada considera seu.
O sábio tudo faz e não se apega à sua obra."





TAO TE KING



"É vital estabelecer no íntimo de cada indivíduo uma nova e mais profunda visão de humanidade, uma que enfatize a dignidade inerente e a igualdade de todos os seres humanos. Eu acredito que a resposta mais correta para o problema da discriminação racial reside na revolução humana, na profunda transformação interior que substitua o egoísmo – que justifique o subjulgação do seu semelhante – por uma visão compassível que nos faça respeitar a si e ao próximo, ao mesmo tempo que lute pela coexistência pacífica entre todos os povos."



Daisaku Ikeda



Só existem dois dias no ano que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e principalmente viver.
Dalai Lama

Amo a humanidade, sua diversidade, as pessoas e suas culturas. Amo nosso pequeno cantinho do mundo e todas as coisas incríveis que existem nele.







Abaixo, video da Pale Blue Dot, sobre o texto de Carl Sagan:












sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Conselhos para vida....

Ouvi falar que devemos ser humildes. Tenho me esforçado muito para viver uma vida simples com poucos bens e feliz. Metade do caminho eu já consegui, tenho muito poucos bens materiais.  


Ouvi falar que a vida é feita de momentos felizes. Acreditei nisto e tenho tentado ser feliz, na maior parte do tempo que é possível. Se somar todos os momentos que já sabia que não seria feliz de qualquer forma, tenho tido razoável sucesso. 


Falaram-me que devemos tratar as pessoas como gostaríamos que fosses-mos tratado por elas. Confesso que, neste ponto em especial, cansei de declarar meu amor. Mas não porque não queira, acontece que as pessoas em geral, olham com desconfiança quem as trata exageradamente bem. 


Li, recentemente, que devemos fazer aquilo que gostamos. Lembrei, que em algum lugar já havia lido também, algo sobre vocação e que devemos fazer as coisas com paixão, assim elas seriam bem feitas. Acontece que em outro lugar, estava escrito que devemos gostar daquilo que já fazemos e que este era o segredo. Lembro de tudo o que li, mas estou um pouco confuso. 


Certa vez, quando ainda era bem jovem, achava que havia encontrado o amor da minha vida. Tinha muita certeza que o amor que eu sentia era para sempre. Isto já tinha acontecido antes e ainda aconteceram muitas outras vezes, mais tarde. Mas me lembro de uma vez em especial. Nesta época eu fui muito feliz, logo em seguida veio mais um daqueles momentos que, hoje eu sei, fazem parte da nossa vida. 


Gosto muito da ciência e ouvi falar algo sobre a fecundação do óvulo. Dizem que temos muita sorte de vivermos, já que existia um numero incrivelmente grande de chances de ser outra pessoa a estar aqui em nosso lugar. Pena que não deixei um pouco desta sorte para os jogos de loteria. 


Gosto muito da religião e ouvi falar que devemos ficar tranqüilos. Dizem que temos alguém olhando por nós, e que se formos julgados merecedores, muita mais sorte há de nos esperar em outra vida. Engraçado também alguns dizerem que a religião molda nossa ética, mas enfim, tudo nesta vida tem um preço e outra vida parece estar bem pago para mim.


Não gosto muito de política e ouvi falar, mas não me recordo quem foi que falou, que devemos procurar nos estabelecer sozinhos e não se preocupar muito com estes assuntos e menos ainda esperar ajuda do poder público. Parece que muitos pensam assim, eu já pensei diferente. Mas como diz o poeta, é comum no início da vida que o jovem planeje construir uma ponte até a lua ou o maior e mais belo castelo de todo o mundo. Normalmente, mais para o final da vida, o homem utiliza todo esta material para construir a mais resistente cabana para sua morada. 


Não sei por que escrevo. Mas isto me ajuda a ser feliz. É que li recentemente que devemos fazer aquilo que gostamos.









quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Talvez por isto...

Recentemente, uma jornalista, se interessou por este blog, e após uma breve leitura, o “identificou” com o tema: ateísmo. Eu, como editor, fiquei um pouco chateado. Afinal de contas, existe uma idéia, ligeiramente diferente, que norteia a finalidade dos temas aqui abordados.

De início o nome do blog seria Sabedoria & Ceticismo. Acontece que por algum motivo oculto ele se transformou em O Enigma de Jade, o que significa que existe menos objetividade (certezas) do que teria com o título anterior. Nesta pouca objetividade, o ateísmo aparece como sendo um tema interessante e comum, devido ao fato de que apesar de muitas pessoas terem suas dúvidas quanto as pregações das igrejas mais acessíveis no Brasil, (ao menos, dentro de um pequeno quadro de amostragens realizadas por este editor, são mesmo muitas pessoas), poucas são as que assumem esta posição. Quem sabe um dia, este blog, possa estar desvinculado desta cara, por enquanto ela rendeu um prêmio valiosíssimo. O Prêmio foi uma resposta, para o nosso pequeno artigo Saindo da Matrix (Dawkins um delírio), que foi redigida pelo Acid, do Saindo da Matrix, o qual reproduzimos com muito orgulho:

“...quanto ao Dawkins, é difícil desassociar as teorias dele do deboche que ele traz consigo. E mais: ele se baseia numa noção de Deus cristã ou católica, sei lá, quando Deus não é um ente definível. Cadê o Deus sufi? Cadê o Deus xinto? Eles não encaixam na equação que Dawkins quer ridicularizar. Os próprios cientistas estão vendo que a religiosidade é sim importante pro bem-estar das pessoas. Não é algo que deva ser imposto, mas também não é algo que deva ser execrado da sociedade, colocado à marginalidade e MUITO menos "desmistificado" pela ciência porque esta não é a área de atuação dela (assim como reprovo os criacionistas que ficam invadindo a área científica ou mesmo a turma mais fanática dos "quantum isso quantum aquilo").

Comecei a ler na livraria o mais recente livro do fisico Amit Goswami, "Deus não está morto". No prólogo ele descasca o Dawkins, os criacionistas e os Wilberianos com bons argumentos.”

Se existe algo de sobrenatural em certas coisas da vida, estes são apenas sentidos e jamais poderão ser explicados. Todos nós temos nossos momentos onde acontecimentos extraordinários nos parecem ter origem em forças maiores (providencia divina, talvez), mas dificilmente poderemos explicar o motivo que nos leva a crer nisto, e menos ainda poderemos provar racionalmente aos outros aquilo que pensamos.

Talvez por isto, exista a poesia, que nos toca muito mais profundamente com seu sentido do que as meras palavras nela contida. Talvez por isto, exista o amor que recebemos de outras pessoas, que nos comove muito mais do que mil pregações de qualquer sacerdote.



"A vida não é uma pergunta a ser respondia. É um mistério a ser vivido."

Siddharta Gautama – Buda

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Princípio de Todas as Coisas (Hans Kung)

No princípio, era a singularidade. O que seria esta singularidade?

É comum pensarmos que a ciência e a religião são maneiras diferentes de tentar explicar o mundo, o que é verdadeiro, e por pernsarmos assim, acreditamos também que elas devem seguir caminhos opostos. Pelo fato de, normalmente, seguirem caminhos opostos, muitos de seus seguidores (tanto da religião quanto da ciência) também seguem caminhos opostos. Acontece que normalmente tais seguidores tendem a se afastar drasticamente uns dos outros. Também é comum entre os fundamentalistas, de ambos os lados, menosprezarem fortemente quaisquer idéias dos adeptos do outro 'caminho'.

Todas as culturas tem sua lenda da formação do universo, de como tudo surgiu e do motivo de todas as coisas existirem. Quem divulga as origens da criação são os Sacerdotes, das diversas religiões que já existiram. São eles, os detentores dos mais elevados conhecimentos (as vezes atribuidos a uma origem divina), que narravam o surgimento do universo, sempre afirmando que suas respostas eram as verdadeiras. Atualmente a nossa cultura (dos tempos Contemporâneos) acredita que tem as repostas, mais próximas da verdadeira origem do Universo, que o homem jamais teve em toda a sua história. Isto se deve, pelo fato de que pela primeira vez, acreditamos em uma lenda de criação que é pautada em observações e experiências. Esta lenda nos é contada pelos  modernos sacerdotes, mais conhecidos como cientistas.


Um físico, consciente das teorias modernas de criação do universo e de como surgem as estrelas e sistemas planetários neste contexto, não pode mais acreditar na narração bíblica que é muitas vezes divulgada como literalmente verdade sobre o surgimento do nosso planeta terra. Da mesma forma, um biólogo tem a sua disposição uma teoria que explica a evolução das espécies, e conhece a semelhança pequena entre a informação genética do homem e um inseto, porém sabe que muito maior é tal semelhança entre o homem e um Chipanzé. Assim parece-lhe impossível crer que o homem pertença a algum projeto especialmente arquitetado, o qual o diferencia tanto assim dos demais seres de nosso planeta.


Para os fundamentalistas das ciências naturais, que a colocam em contraste total os conhecimentos científicos e qualquer tipo de crença metafísica (principalmente as grandes religiões de Abrão) utilizando como argumento a falta de atualização dos religiosos em geral, é recomendável o livro de Hans Kung, O Principio de Todas as Coisas, (Ed. Vozes, 2007). Neste livro o professor de teologia, faz uma leitura breve dos atuais conhecimentos científicos desde suas origens e em todos os campos das ciências naturais, desmascarando sim todas as, hoje inadmissíveis, inverdades pregadas pelas religiões, porém deixando alguns pontos para serem refletidos por aqueles que desprezam a religiosidade a priori.






Uma das grandes jogadas do livro, que humildemente respeita e admite muitos avanços do conhecimento cientifico que acabaram por desmistificar muitas teses religiosas, esta no fato de delimitar um campo de atuação para ciência. Pode o cientista, argumentar algo sobre a existência ou não de um ser divino? O emérito e polemico sacerdote da Igreja Católica, questiona com que autoridade um Físico ou Biólogo pode afirmar que não exista um ser que cientificamente não pode ser negada sua existência.



Seria a ciência competente para julgar os objetos da religião? Podemos nós, seguindo o caminho da ciência, desconsiderar toda e qualquer metafísica ou religiosidade, pelo fato dela nos revelar que as antigas tradições estavam erradas? (ou pelo fato de os homens que lidam com as tradições terem distorcido-as e manipulada-as?). Não seria a ciência a mais nova ferramenta do homem, no sentido de vislumbrar a maguinitude do universo, que é muito maior que todas as visões religiosas sempre lhe atribuíam, e sendo assim muito mais admirável.



Algumas questões interessantes são levantadas, para todos aqueles que não enxergam uma vida cientifica produtiva, direcionada por uma forte fé religiosa. Hans Kung, se pergunta se o povo oriental (budistas e de outras religiões) ficam intrigados ao verem tantos avanços do conhecimento humano moderno, terem saído do berço do mundo ocidental principalmente entre os cristãos e judeus. E o que isto significa exatamente?



Melhor ainda, se torna ‘O Principio de Todas as Coisas’ para aqueles que julgam, com maus olhares, os que fugiram das tradições por compreenderem que muitas vezes é impossível conciliar os conhecimentos das ciências naturais e os avanços tecnológicos com as pregações religiosas em geral. Ainda assim, neste livro, a religiosidade esta intocável sendo ela um direito de escolha individual, e que deve ser respeitado.

Não existe a pretensão neste livro de impor a verdade. São demonstrados os erros, limitações e discordâncias que existem entre as próprias ciências naturais. Alguns paradoxos são avaliados como a tentativa de descrever as leis que regem o acaso, por exemplo. Mas nunca objetivando simplesmente colocar um Deus nas lacunas destes conflitos. Sendo que é como religioso e não como cientista que Hans, nos pergunta: Qual o prejuízo de, aceitando a ciência, também aceitar a Deus?


(em homenagem especial para Fernanda Freitas)

 

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

Seleção - O Enigma de Jade

 

O plano era simples, não havia plano algum!
A coragem foi adquirida, não pelo estudo minucioso das probabilidades de triunfo,
mas sim pela imposição das circunstancias que não deixou alternativa.
O fato de ser este o momento se deve ao fato de não ter mais tempo.
Foi assim sem plano e sem pensar o suficiente a respeito que aconteceu.
Aconteceu porque estava na hora, não poderíamos mais adiar,
tudo a nossa volta nos empurrava para aquela direção.
E assim começa saga da vida, no acaso de um momento, o momento em que nascemos.







quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Saindo da Matrix (Dawkins um delirio)

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Coragem de ver as coisas de frente! Fazer as perguntas sem medo. Seria a Sabedoria o poder de conhecer a si mesmo? Dominar a si mesmo? E para este dominar, seria valido fechar os olhos para os grandes enigmas da vida? No blog Saindo da Matrix e também no link, indicado no final do artigo para o blog Franco Atirador, podemos ver artigos de consagrados escritores do mundo virtual, (por serem muito lidos), onde eles expõem seu ponto de vista sobre Dawkins, e seu livro Deus, um delírio. Não vamos aqui entrar no mérito dos exageros, generalizações e simplificações a que Dawkins utiliza, do meu ponto de vista, para expor suas idéias da forma clara (sem meias palavras) e de forma que cause polêmica (que melhor maneira teria para conseguir audiencia?).

Seria Deus algo totalmente intangível a ciência e viveríamos nós dentro de uma Matrix, criada não por algum tipo de inteligência virtual, mas por uma inteligência divina? Teria nossa Matrix (o Universo) o poder de se expandir além de qualquer meio racional, sendo seus limites superiores ao raio de alcance das ciências naturais? E seria a ciência limitada por nossos sentidos, de tal forma que jamais poderemos encontrar a resposta para a pergunta: Deus existe?

Vamos fazer o papel do advogado do diabo aqui. Já que encontramos um paradoxo no blog, Saindo da Matrix. Primeiramente é muito fácil criticar, isto é uma das maiores certezas que podemos ter. Se quiser, você poderá (com um pouco de habilidade), criticar qualquer teoria (estamos abordando teoria, como é utilizada na ciência, a teoria é válida e aceita como verdade, enquanto os fatos verificados a comprovam, se qualquer fato ocorrer de forma diferente do previsto pela teoria, e assim, vier a contrariar as idéias que constroem esta teoria, ela deve ser modificada ou descartada). Porém nos artigos indicados, me corrijam se estiver mentindo, podemos ler criticas a postura "fanática" de Dawkins (com o que devemos concordar ser exagerado e quase, pejorativamente falando, um “pastor da universal”), porém e quanto a teoria dele? (Teoria sim! Ele afirma acreditar que Deus não existe, e até que provem o contrário, ou desqualifiquem sua teoria, Deus quase com certeza não existe, como ele afirma no capítulo 4 do seu livro). Alguém poderia por gentileza criticar as idéias expostas no livro? Será que o fato de Dawkins ser, como li recentemente em algum lugar, o Aiatolá dos ateus, e agir com uma postura de fé, desqualifica suas idéias? (sem contar a estranheza que é, ver algum religioso, criticar a "fé" de um cientista).


Concordo que sua postura é, na grande maioria dos casos, simplista de mais. Realmente quando ele compara o  Deus da bíblia hebraica ao "Monstro do Espaguete Voador", acaba demonstrando falta de respeito e talvez até certo ódio para com a religião, e admitamos, não é politicamente correto. Aliás, isto me lembra uma das bases mais interessentes das idéias de Dawkins: Por que podemos discutir sobre tudo, menos sobre religião?




Como o Acid (do Saindo da Matrix - blog que acompanho desde o ano de 2005 (+/-) e cujo respeito e admiração deixo registrado) pede em seu artigo, estou dando aqui, uma opção para que veja com olhos diferentes as idéias de Dawkins:



As religiões pregam “verdades absolutas” e muitas destas verdade podem ser adimitidas atualmente como apenas mitologia.



A interferência divina direta, como muitos supõe acontecer, “provavelmente não existe” e ele (Dawkins, não eu) já desafiou várias vezes, esperando uma intervenção, e nada aconteceu.



Se formos conceber Deus, como Einstein, em uma visão panteísta, tudo bem, mas automaticamente devemos “rebaixar” todos os dogmas e sacramentos das grandes religiões ocidentais, para simples supertições.


Neste artigo, Acid diz não ter lido o livro, bem acredito que ele deva ler, para depois poder dizer com mais propriedade. Assim, não cometeria o mesmo erro que acusa Dawkins, o erro de ignorar muitas coisas sobre a espiritualidade, e assim também evitaria ignorar muitas coisas sobre a teoria de 'Deus, um delírio'.




E ainda, por último, os vídeos mostrados, corrigem os comentários, altamente simplistas de Dawkins, que diz que a religião pode ser a grande geradora de “homens bombas” (apesar de ser a justificativa moral para seus atos), mas ainda assim isto também não desqualifica as teorias de Dawkins. Acid, desqualificar a teoria do Dr. Richard Dawkins, somente através da entrevista concedida ao estadão seria como desqualificar a bíblia, lendo somente o Deuteronômio.




Se o Universo nos apresenta a oportunidade de escolha, deveríamos nós optar pela idéia de Cypher: “A ignorância é uma benção”, ou deveriamos nós, lutar com todas as forças para tentarmos sair da Matrix?



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