sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Os caminhos da Sabedoria (O Tal da Física)


Um grande físico, do auto de sua, reconhecida, autoridade acadêmica, abertamente se auto denominava um ateu. Sua decisão de assim ser, se deve, como ele sempre dizia, ao fato de a ciência ter desmascarado quase todas as lendas das religiões ocidentais. Mas a repugnância as religiões em geral, se devia ao fato de em pleno século XX, onde as conquistas científicas transformam a vida do homem moderno, que pratica em seu dia-a-dia todo o tipo de magias e milagres na visão do homem do passado, ainda existam crenças religiosas baseadas no pensamento medieval. Sabia, ele, que existem diversas instituições que se utilizam da fé explorando a religiosidade das pessoas com um único objetivo, o de perpetuasse e crescer como organização.

Ainda assim, no recôndito de sua mente, algo mágico, que ele tentava em vão inibir, sempre surgia em seus pensamentos. A ciência de certa forma proporcionou uma visão de um mundo mais complexo, auto-sustentável e menos dependente de divindades. Não é preciso um que um deus das chuvas seja agradado para que a uma plantação, em última análise a maior fonte de alimentação da humanidade, seja agraciada com a água tão necessária para seu crescimento. Nem tão pouco precisa existir um deus Sol que mantenha a chama do dia acesa, por quanto, o tempo do Sol ainda é suficiente para muitas gerações do homem. Porém, tanto a água quanto a luz do Sol, são essenciais, sendo que apenas foram criadas denominações diferentes a origem destas peças fundamentais da vida. Mas o entendimento da origem de todas as coisas, apenas aumenta a admiração do homem perante o deslumbrante mundo que o cerca e sua perfeita simetria. A grande teoria da casualidade, que justificaria matematicamente a existência da perfeição física da Terra, que se tornou o berço da vida, parece razoavelmente mais plausível que um a de um arquiteto, mais complexo que o próprio universo, a tenha desenhado, e também ao resto do universo apenas como pano de fundo (já que em princípio a vida pode ser exclusividade da Terra).

Mas a perfeição da matemática, que é obra do homem e apenas serve para simbolizar a realidade (que não é matemática e sim real), parece indicar que existem contornos como que, o mundo, tivera sido elaborado por um intelecto racional (com a qual nos identificamos, já que podemos de certa forma compreender).

Assim, o físico reconheceu, apesar do quão infantil lhe parecesse, que existe a possibilidade de existir verdades nas mitologias do homem. Procurando acalmar seus impulsos e ordenar sua mente, o grande físico moderno, Fritjof Capra, procura respostas na tradição milenar de diversas culturas. E nesta peregrinação, que lhe possibilitou conatos com grandes pensadores do mundo ocidental e do mundo oriental, seu encontro com um misterioso homem, Krishnamurti, o ajuda a encaixar alguns dos seus pensamentos mais dispersos:

- Tu és um grande homem da ciência, jovem Capra, e eu o admiro muito. Disse o sábio, levantando-se para receber a ilustre visita.

- Eu é que tenho muitas razões para admirá-lo, mestre Krishnamurti, se assim posso chamá-lo? – Responde com todo o respeito o nobre físico austríaco, enquanto segura as mãos do senhor a sua frente.

- Quem me dera ser um mestre, pois um mestre eu não sou. E também não tive a honra de conhecer nenhum homem que o seja, ao menos não na forma que me julga. – Respondeu o sábio - Não tenho mestres e também não posso eu me considerar um, e por isto mesmo sou livre, e a liberdade é a única expressão de sabedoria, que eu busco. - Falava enquanto sorria e sentava-se.


- Tenho o conhecimento, de que desde muito jovem, o senhor foi considerado um emissário dos deuses, o homem que porta uma mensagem especial, mas ao contrário de muitos na história, seu objetivo não era uma grande organização espiritual ao seu redor, pelo contrário, mesmo já a possuindo, abdicou para viver sozinho. Tendo tanta sabedoria, não seria necessário divulgá-las de todas as maneiras possíveis? – Indaga Capra, o maior motivo de sua admiração pelo sábio indiano.


- Como havia dito eu busco a liberdade, principalmente a liberdade de idéias. A sabedoria, não está nas escrituras, não está na tradição. A verdade é inerente a cada ser, sendo que seu habitat é uma terra sem caminhos. Existe muita sabedoria nos escritos antigos, mas não podemos literalmente compreender o que os sábios pensavam. A palavra é um símbolo pelo qual uma idéia é transmitida. Porém como as coisas do mundo, as idéias não são estáticas, sendo que surgem de um lugar longínquo e suas dimensões são maiores que as palavras que as expressam.

- Mas minha razão insiste em se opor que exista alguma verdade, a qual por outro meio que não o da própria razão, seria possível a mim, conceber.

- Cumpre perfeitamente bem seu papel, a razão. - Fala como se não tivesse ainda compreendido onde queria chegar seu jovem interlocutor.

Capra, demonstrando um claro cansaço mental, que deveria tem durado anos em seu interior, e indaga:
- Mas e qual o meu papel? Deveria eu ignorar os argumentos de minha razão?

- Seu grande espírito, jovem Capra, tem um brilho especial, sendo a parte de seu intelecto, que você mesmo chama de razão, a maior expressão deste seu espírito. Como poderá, você, chegar as verdades que acalmaram sua agitada mente, se não pelo meio pelo qual melhor ela se expressa?

Capra, estava diante de um dilema de importância sem igual. Sempre procurou ele, decifrar os enigmas que a sua frente se apresentava, de forma racional, compreendendo todas as variáveis envolvidas, o contexto em que acontecem e acima de tudo os razões de ter acontecido. Muitas vezes inicialmente de forma intuitiva, porém sempre justificada racionalmente, os enigmas se decifravam em sua mente. Compreendera os principio da física, como poucos o podem. Mas agora, aquele sábio indiano, o colocará diante de um dilema maior que qualquer enigma matemático poderia ser.

- Deveria alegrar-se com está situação. Você sabe que É. Porém não pode compreender. Provavelmente da forma que tenta, jamais poderá. Mas ainda assim você sabe que é. Agora, procura somente alguma justificativa, que em sua concepção matematica, deve ser racional, que justifique.

A Fé como seu próprio nome já nos sugere, é uma crença inequívoca em algo que foge aos limites da razão. É nítido as conquistas das ciências naturais, que desvendam os mistérios do funcionamento da matéria (química), das interações entre a matéria e a vida (biologia) e ainda, sondando os limites do infinito tanto no caminho do sempre menor, do microscópico, quanto no caminho do sempre maior, do macroscópico (física). Porém ao contrário do que muitos filósofos e cientistas previam, as idéias de origem metafísica, continuam sobrevoando o consciente coletivo, e apesar de ser, talvez, necessário a expansão dos horizontes das religiões, ainda assim, as religiões continuam sendo o abrigo que conforta o espírito humano.

E para todos aqueles que necessitam de calmantes para razão, cujo os anseios da mente são desenfreados na direção do cientifico, cabe as reflexões deste físico, conhecedor da problemática quântica e da filosofia oriental, no livro o TAO DA FÍSICA, que reconhece as semelhanças entre o misticismo milenar do oriente e as novas teorias da física moderna. Seria apenas uma mera coincidência ou a física moderna deparou-se com algo, que os sábios da antiguidade já conheciam intuitivamente.

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Os 10 mandamentos





A Lei, que é o código de conduta de um povo, é o direito escrito. Para garantir que se cumpra a lei existe o estado, que é o poder constituído que cria a Lei e aplica as penalidades a quem não cumpra. Atualmente, na grande maioria das nações ocidentais, existe o Estado de Direito, onde desde o cidadão até as instituições como o poder executivo, são sujeitas ao código de Leis vigentes. Isto se opõe a regimes mais antigos como as monarquias absolutistas, onde se considerava que o Rei ou no caso do Egito antigo o Faraó, era embutido de um poder de origem divina, por tanto inquestionável.


A vida em sociedade exige a idealização de tipos de condutas, moralmente aceitos, onde se pode delimitar os direitos e deveres de cada membro da sociedade, sem prejuízo dos direitos dos demais. Em sociedades da antiguidade, as Leis dividiam a o povo em classes, e os direitos do individuo dependiam de qual classe ele pertencia. Nestas sociedades um Sacerdote tem privilégios sobre um escravo, mas apesar das diferenças, as regras existiam, sendo que existiam limites para os privilégios de um sobre o outro. Normalmente estas regras visavam defender os direitos dos escravos de um senhor, em relação a outro senhor, sendo que na relação entre o Senhor e seu escravo, poucas “proteções” o último teria garantido em leis. As Leis não são imutáveis, e adaptam-se a ética e a moral da sociedade, ainda assim, sempre existe uma Lei, e ela molda a conduta da sociedade.


Um dos episódios mais famosos onde encontramos a criação de um código de leis, que se fez necessário para controle de uma sociedade está relacionado justamente a um povo que ao separa-se de uma nação, o Egito, sai a procura de uma nova terra onde poderá então, viver sobre suas próprias convicções (suas próprias leis). Está é a história do povo Hebreu, e da criação de um dos códigos de Lei mais famosos de todos os tempos. Na época de Moisés, o povo hebreu guiado por ele, sai em busca de Canaã (a terra prometida), fugindo do Egito. Este episódio é narrado na Bíblia no livro do Êxodo. Logo a multidão de hebreus que antes (mesmo a contra gosto) tinham que respeitar as Leis do Egito, agora se encontravam em marcha a uma terra nova. Moisés seu líder, tinha de alguma forma controlar seu povo. Como a crença dos hebreus era em um Deus único (monoteísta), não poderia, ele, se declarar o novo Faraó, filho de algum deus egípcio, com base nas tradições do local que acabará de abandonar, porém era necessário controlar o povo, e a necessidade da Lei, estava latente. Bem, conta-se que Moisés foi criado na corte egípcia, tendo recebido os ensinamentos dos grandes legisladores (sacerdotes) desta corte, sobre política, religião, controle do povo e códigos de lei. Excluindo-se o misticismo da história, e considerando que, para o culto Moisés, era óbvio que uma multidão no meio do deserto sem leis era algo incontrolável, aconteceu que este grande líder, subiu o Monte Sinai. Conta-se na Bíblia que ao retornar, Moisés, apresentou ao povo os 10 mandamentos, que teriam sido escritos pelo próprio Deus que seu povo adorava, e passa então a existir um código de Lei, com o qual agora, o povo pode-se basear, sendo que agora, estava descrito qual era o exemplo de conduta aceitável, nesta nova sociedade que estava se criando.



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terça-feira, 25 de agosto de 2009

Enigmas do Passado (Eram os deuses astronautas?)

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Eram os deuses Astronautas? Por mais absurda que pareça ser está questão (e sem dúvida nenhuma o é!), após a exposição feita por Erich von Däniken, em seu livro cujo título deu início a este artigo, onde aborda enigmas interessantes a respeito de obras do passado, as quais podem até não ser realmente fruto de alguma inteligência que visitou nossos antepassados, mas ainda assim não tiveram explicações mais convincentes.
Dentre alguns pontos, muito interessantes, apontados no livro, um dos mais belos é o fato de que as antigas civilizações, do Egito para trás, eram muito mais avançadas do que o senso comum que é pregado nos impõe. Não houve uma evolução tão linear assim. Nossa sociedade atual, o ocidente especialmente, tem origens na Grécia antiga, e tem de certa forma, tido uma evolução linear com o passar dos séculos. Mas a humanidade como um todo, teve muitas evoluções (e declínios) paralelos espalhados pelo globo todo, que ocorreram em diversas eras diferentes. Provavelmente a complexidade e conhecimento técnico alcançados nos níveis atuais, realmente não tenha tido paralelo em épocas passadas. Porém não podemos afirmar, sem ser utópico ou místico, que nenhuma civilização de algum passado mais remoto, não possa ter tido graus de evolução em termos sociedade, ou que de certo modo podem ter até sido superiores aos atuais.


Dentre os diversos enigmas descritos neste maravilhoso livro, encontramos as perfeições matemáticas das pirâmides, os cálculos extraordinários dos Mais e Sumérios, com suas descrições sobre a duração do ano terrestre, previsão de eclipses dentre outras coisas. Dr. Erich von Däniken, descreve ainda o inesplicável caso da Ilha de Páscoa com suas estátuas de dimensões imensas, que pesam toneladas, que foram perfeitamente polidas e desenhadas, com que finalidade? De onde vieram as rochas maciças (que não existem na pequena ilha)? E com que finalidade foram feitas? A explicação apresentada, e bem fundamentada nas tradições religiosas de diversos povos acaba sendo bem plausível.
Se já não fosse suficiente a teoria lançada neste livro, fica ainda no ar, uma visão impressionante do autor sobre a veracidade das mitologias. Não seriam elas a forma de espressão utilizada para explicar fatos que realmente aconteceram? Muitas semelhanças são esboçadas durante a leitura deste incrível livro, sobre as descrições mitológicas, bíblicas e dos desenhos rupestres que facilmente concebíveis segundo a cosmonáutica (assim chamada no livro).
Com todo o tempo, com o que hoje é cientificamente aceito, que a humanidade teve na face deste planeta, e estamos falando de muitos milhares de anos, realmente muita coisa pode ter acontecido. E destes fatos, temos algumas pequenas pistas, que sobreviveram até nós, mais para nos intrigar do que para nos esclarecer.






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Coincidência




Coincidência!

como acontece coisas importantíssimas....

as vezes trágicas....

mas muitas vezes maravilhosas....

e outras tantas apenas importantes e decisivas....

nem tão boas e nem tão más... mas ainda assim decisivas....

e acontecem por uma incrível e admirável

coincidência....

a qual alguns em determinadas situações chamam de...

providência....

outras vezes...

sorte ( ou azar)...

mas na verdade só sabemos que foram...

coincidências....obras do acaso....

independentemente se obra divina... ou pura probabilidade matemática.....

(aconteceu por que um monte de outras vezes não aconteceu...

e outras tantas não vai acontecer de novo)

ainda assim é incrivel.






O Julgamento de Galileu Galilei


Estamos comemorando o quarto centenário do telescópio de Gallileu, que não o inventou, mas por descrição que teve de seu funcionamento, fez o seu próprio. Sua grande tacada, apontar o instrumento para os céus. Foi ele provavelmente o primeiro homem a utilizar-se de um telescópio, com o fim de estudar o firmamento, e com rapidamente pode observar diversas coisas novas, e iniciar sua jornada que mudou o rumo da ciência para sempre.


Aos 22 dias do mês de junho do ano de 1633 da era de nosso senhor Jesus Cristo, em Roma, foram proferidas as palavras abaixo pelo sábio, Galileu Galilei, e após estas palavras, teria dado ele fim ao seu julgamento perante a Santa Inquisição, com sua condenação e subseqüente renúncia à crença de que a Terra gira em torno do Sol.


“Eu, Galileu, filho do falecido Vincenzo Galilei, florentino, de setenta anos de idade, intimado pessoalmente à presença deste tribunal e ajoelhado diante de vós, Eminentíssimos e Reverendíssimos Senhores Cardeais Inquisidores-Gerais contra a gravidade herética em toda a comunidade cristã, tendo diante dos olhos e tocando com as mãos os Santos Evangelhos, juro que sempre acreditei, que acredito, e, mercê de Deus, acreditarei no futuro, em tudo quanto é defendido, pregado e ensinado pela Santa Igreja Católica e Apostólica. Mas, considerando que (... ) escrevi e imprimi um livro no qual discuto a nova doutrina (o heliocentrismo) já condenada e aduzo argumentos de grande força em seu favor, sem apresentar nenhuma solução para eles, fui, pelo Santo Oficio, acusado de veementemente suspeito de heresia, isto é, de haver sustentado e acreditado que o Sol está no centro do mundo e imóvel, e que a Terra não está no centro, mas se move; desejando eliminar do espírito de Vossas Eminências e de todos os cristãos fiéis essa veemente suspeita concebida mui justamente contra mim, com sinceridade e fé verdadeira, abjuro, amaldiçôo e detesto os citados erros e heresias, e em geral qualquer outro erro, heresia e seita contrários à Santa Igreja, e juro que no futuro nunca mais direi nem afirmarei, verbalmente nem por escrito, nada que proporcione motivo para tal suspeita a meu respeito."


fonte: http://www.histedbr.fae.unicamp.br

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

O Labirinto e o Andarilho

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Livre arbítrio, por definição, é o poder de escolha que uma pessoa tem, sempre que lhe seja necessário escolher que ação tomar, é o seu poder de decisão. Em termos gerais, no que tange a ética, é convencionado que a pessoa sempre tem a condição de decidir. Por isto, é cobrada a responsabilidade pelas suas ações. Porém, não é tão simples assim, considerando que dentre as diversas linhas de pensamento, o livre arbítrio sempre está condicionado, em maior ou menor escala, a influencias de agentes. Por exemplo, psicologicamente, um indivíduo tem influencias do subconsciente que interferem diretamente nas suas escolhas, dentre vários outros fatores.

A teologia cristã prega, comumente, que o individuo tem o livre arbítrio, ou seja, a faculdade de escolha de qual caminho poderá seguir (apesar de apresentar conseqüências drásticas, se não seguir o caminho indicado como sendo o correto), e que Deus, apesar de ser onisciente e onipotente, e consequentemente saber o que reserva o futuro de cada pessoa, não interfere diretamente impondo sua vontade. Assim sendo, Deus apenas sabe quais as escolhas serão tomadas, apesar de o individuo sempre ter a opção de escolher algo diferente, utilizando-se do seu Livre Arbítrio. Eis que surge um pequeno paradoxo. Como poderia haver um Destino traçado (já que é possível a Deus conhece-lo), sendo que existe o direito de optar por escolhas que nos levariam a rumos diferentes. Simples, nossas escolhas nos levam ao nosso destino. O destino seria imutável e nossas escolhas apenas nos conduzem, mais rapidamente ou através de percursos maiores, aos lugares onde inevitavelmente deveríamos chegar. Claro que com isto o nosso livre arbítrio realmente fica limitado. Imagine que um pequeno camundongo, dentro de um labirinto sem saídas, tem a ilusão de que poderá encontrar, um dia, a saída. Como ele está se movimentando, e cuidadosamente escolhe seus caminhos, ele sempre se distância do ponto de partida, logo, tem a ilusão de que está cada vez mais próximo da saída, e talvez, se pudesse refletir suficientemente a respeito, acreditaria que sempre que se depara com um cruzamento de vários corredores, poderia ao escolher um, estar mudando seu destino, e aproximando-se mais do seu objetivo – que é escapar. Infelizmente para nosso bichinho, ele jamais irá sair, já que este labirinto não possui saída. Apesar de sua crença, sobre o livre arbítrio, e mesmo com todo seu esforço, que acredita ser necessário para que consiga sair, ele jamais poderá ultrapassar os limites do labirinto, e do seu destino.




Caso o camundongo em questão acreditasse que seu destino fosse ficar no labirinto para sempre, poderia optar em não seguir nenhum rumo, ficando parado em algum ponto do labirinto ou vagando (retornando a pontos já percorridos), sem a menor pretensão de encontrar a saída. Neste caso, já que realmente não havia saída, nosso camundongo estaria ciente do seu destino, porém ainda assim, no que tange a ficar ou sair do labirinto, não teria livre arbítrio.

Assim que fica nosso livre arbítrio, limitado, caso realmente exista um destino. Considerando que a experiência direta, a convenção moral e ainda o próprio pensamento religioso ocidental, defendem que o livre arbítrio realmente existe, pode se concluir que o que realmente não exista seja o Destino. Já que um e outro não poderiam co-existir. Talvez a crença em um destino individual, além da esperança reconfortante que apregoa, se deve ao fato de que existem coisas que podemos de certa forma prever. Maktub (está escrito), termo que geralmente é relacionado ao destino, refere-se na verdade sobre a lei da causa e efeito. Temos a certeza de que existem coisas que estão destinadas, e ninguém em pleno exercício de suas capacidades mentais, diria que estas não existem. Uma maçã ao se soltar do alto de uma maciera, tem seu destino traçado, já que pela ação do tempo e da gravidade, logo, ela estará no chão, o que é possível prever (alguns místicos poderiam dizer que seu destino era ainda maior, que no chão ela estaria iniciando o processo para um dia se tornar uma bela arvore e gerar suas próprias maçãs). O destino das águas de um rio, também é certo, mesmo que passe por outros rios ao longo de seu caminho, mesmo que desvie seu rumo ao contornar uma grande montanha, ainda assim, ao final chegará ao mar (poético e útil).


Se formos designar o destino como sendo apenas a reação, certa, para os atos anteriores, e assim algo que está invariavelmente previsto (a partir do momento que acontece a ação que gerou a condição/necessidade para haver tal reação), estaríamos dando ao destino os seus limites, para assim co-existir com o Livre arbítrio. Assim, voltando ao ponto de vista do ser humano, o destino seria conseqüência do livre arbítrio. Suas escolhas determinam seu destino. Isto parece ser o mais óbvio, sendo o destino passível de alterações, conforme o agente, cujo destino estava traçado, utiliza-se de seu livre arbítrio. Além disto, o destino pode ser alterado devido à ação de agentes externos. Algum andarilho a procura do rio, poderia, ao passar em baixo da macieira e ser surpreendido com o choque da maçã em sua cabeça, e por puro reflexo segura-lá, mudar (mesmo que sem dar muita importância a isto) o destino da maçã. Antes, ela iria ao chão, com um pouco de sorte, se abria, após ser parcialmente aproveitada pelos pássaros, e deixando algumas de suas sementes penetrarem no chão, daria inicio a um novo ciclo da vida. Porém, seu destino fora mudado, e o andarilho chega ao rio, lava a maçã e a come, e impossibilita suas sementes de chegaram ao chão, jogando-as em um saco de lixo (o rio fica em um parque que tem lixeiras instaladas pela prefeitura). Em seguida, utilizando suas mãos, o andarilho, satisfaz seu já sedento corpo, com a água doce do rio.

Em casos como o da maçã, tanto ela quanto o andarilho distraído, não utilizaram do livre arbítrio, a maçã provavelmente por não ter esta opção, e andarilho porque fora surpreendido com a maçã e não a objetivava. Nem mesmo a água, que seguia seu curso, pode ser culpada por ter sido ingerida, e o andarilho apenas seguiu seu destino que era chegar ao rio e beber de sua água. Para o episódio narrado o destino era claro, esta maçã não iria até o chão e o andarilho cruzaria com ela e a comeria, e ao chegar ao rio, mesmo sem saber, privaria algumas gotas de água de conhecerem a imensidão do mar, tudo perfeitamente previsto. Assim, mesmo que estivéssemos considerando fatores externos, como as influencias psicológicas que interferem nas decisões ou mesmo das influencias sob nosso humor, que exercem os astros dependendo de sua posição zodiacal, ainda assim, estes fatores também não utilizam de nenhum tipo de livre arbítrio (fazem apenas o que estão condicionados a fazer), logo o destino passaria a ser, algo mais complexo, porém continuaria imutável, podendo ser previsto. Estas influencias agiriam de forma previsel, sendo que os fatores psicológicos foram quem levaram o andarilho a andar, e a posição do astro rei do sistema solar, o sol (bem em cima de sua cabeça), com certeza o influenciou a beber a água. Mas tudo facilmente previsto (nem tão fácil, porem concebivelmente possível).

Porém a mutabilidade ocorre quando o livre arbítrio é utilizado, já que se não existir, tudo pode ser traçado, por mais complicado que seja antecipar toda a cadeia de ações e reações que todos os agentes em conjunto podem ter, é possível determinar os acontecimentos, já que nenhum poderá agir de forma diferente da qual está previamente condicionado. Se neste cenário incluirmos o livre arbítrio, condição onde qualquer opção pode ser tomada, inclusive a de não interagir, ou executar exatamente o contrário do que seria aquilo para o qual o agente está apto a fazer (ou fora destinado a fazer), ai sim, o destino, do cenário todo e de seus agentes em particular, seria impossível de ser previsto.

Como prever os acontecimentos se colocarmos livre arbítrio no andarilho? Poderia ele ignorar o surgimento da maçã (apesar de não poder ignorar a dor do choque), e devido a sua sede seguir sem interrupções até o rio, deixando assim o destino da maçã ser uma linda arvore. Poderia ainda, enfurecer com o acontecimento e jogar a maçã muito longe e desviar seu caminho (talvez pensando que foi um sinal do destino de que a direção a seguir era outra), deixando assim de ir ao rio e a água seguiria seu rumo em direção ao mar. Poderia ele não fazer nada, nem ter começado a andar, logo, nem andarilho ele mais seria!!!

Fica claro assim, que se realmente temos o livre arbítrio o destino jamais existiu e se existe algo que fora arquitetado para nossas vidas, somos como o camundongo. Apesar de acreditarmos que temos escolha, estas jamais poderão nos levar para fora dos limites do grande labirinto de nossa existência.

Para que exista, labirinto tão complexo, seria necessário um arquiteto muito engenhoso, e talvez algum cético diga que tal engenhosidade dificilmente exista. Já um labirinto com a complexidade suficiente para abrigar um camundongo, o homem pode criar (se tiver interesse para tanto). Este labirinto, projetado pela mente humana, poderia ter uma distância entre os seus limites, que na velocidade de um camundongo, muitas vidas seriam necessárias para percorrer todo o percurso. Poderia ainda, ter o labirinto, tantas variedades de ambientes e objetos em seu caminho, que o mais provável seria que o camundongo fixa-se residência em algum ponto qualquer, dispensando a procura de uma saída. O labirinto poderia servir, com certos obstáculos que ocupem o tempo do camundongo, todo o tipo de conforto necessário a sua vida, como comida, água e até outros camundongos, com os quais o primeiro poderia interagir. Poderia ele ainda, procriar, e após sua morte, seus descendentes continuariam a usufruir dos confortos deste labirinto, com todo o livre arbítrio de que necessitam, podendo escolher entre múltiplas opções que se apresentam, as quais seriam tantas quantas as suas vontades e, ainda assim, somente uma pequena quantidade, do leque de possibilidades, teria sido usufruída.





Nosso querido camundongo, devido a suas limitações, jamais poderia compreender a existência de um arquiteto por traz do grande labirinto em que vive. Assim, para nós seres humanos, pode ser correto afirmar que é mais provável que não exista um arquiteto, por falta de interesse que este teria em arquitetar todo o nosso destino, do que por ser, ele, um ser complexamente inconcebível.



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terça-feira, 18 de agosto de 2009

O Enigma de Jade (parte I)

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Desde que Zazael partira do pé do monte SHION, se passaram 3 dias e 2 noites e a terceira estava encobrindo o céu com um tom negro, a mesma cor que envolvia seus pensamentos. Apesar de exausto pela longa escalada, andará agora mais rápido do que antes, por sentir que estava perto do seu destino. O Encontro com o mestre zen seria sua última chance de tirar de vez da cabeça a idéia maluca que há tempos tivera, e a esta altura já estava disposto a tentar esquecer sua antigas convicções e admitir que apesar de sua razão não concordar, realmente existe algo maior, algo divino. Zazael subiu o último degrau olhando para os céus, que estava sem nenhuma nuvem e com pouquíssimas estrelas, e a única coisa que via era um tom negro que de certa forma o confortava. Ao pisar o último degrau e finalmente se posicionar na frente de um longo caminho que o levaria ao portal principal do templo Budista Omom. Zazael abaixa lentamente seus olhos e fita as abóbodas do templo e cuidadosamente ele diferencia o contorno da antiga construção que sem brilho se misturava ao horizonte negro, e neste momento sentiu que estava um lugar onde todas as direções do espaço se encontravam convergindo para um único ponto em um passado remoto, quando o próprio tempo ainda engatinhava, e ali ele sentiu paz.

Nenhuma iluminação havia no lado de fora, a única luz era a que escapava das janelas do interior do templo e obedeciam aos limites do grande portal, e vinham na direção de Zazael, lhe envolvendo e convidando-o a entrar, conduzindo-o lentamente pelo estreito caminho de pedras a frente e abrindo passagem pela escuridão. Ele sabia que não encontraria pessoa alguma dentro do templo, assim seguiu sem hesitar portal a dentro. Seu único anfitrião seria o velho mestre, Pai Mei, isto se ele ainda estivesse vivo. Pelas informações que tinha, ele sabia que a mais de 3 anos ninguém subira ou descera do templo, e se não fosse sua grande influencia e também o grande volume de investimentos e agrados aos mais diversos homens, desde políticos até monges, jamais seria ele quem subiria aquele monte para saber se o mestre ainda estaria vivo.

Pai Mei era o homem de maior idade que ainda vivera e tirando algumas lendas que lhe atribuíam idades milenares, no mínimo 100 anos de história adulta poderia ser de certa forma comprovada deste homem que era a maior autoridade espiritual no oriente, rivalizando apenas com o próprio Dalai Lama. Pai Mei deixara sua meditação no monte SHION, a cerca de 15 anos, para dar uma pequena palestra em uma conferencia sobre meio ambiente, que reunirá diversos chefes de estado de todo o mundo no Japão. Neste encontro e por apenas 15 mim, o velho mestre budista, apresentou algumas reflexões ao importantes homens ali presentes, deixando como sempre mais perguntas do que respostas. De todas a que mais impressionou a Zazael, e este era o motivo pelo qual ele o procurara agora, fora a resposta dada ao questionamento de um presidente de uma importante nação européia, sobre como seria possível respeitar a originalidade da natureza e ainda assim conquistar os progressos que a humanidade precisa. Tal questionamento fora feito, como se Pai Mei estivesse lá para defender o ponto de vista de uma liga de ONG´s que o convidaram para participar do evento. Estas ONG´s defendiam que as floretas e mares deveriam ser intocadas e eram contra qualquer tipo de intervenção humana, o que segundo este pensamento, poderia mudar a direção da evolução natural das espécies, trazendo conseqüências muitas vezes trágicas ao meio ambiente, como geralmente trazem todas as novas tecnologias humanas que ao serem exploradas em longa escala, prejudicam as fontes naturais de recursos. A resposta veio após uma reflexão do velho mestre, que dizem os mais próximos a ele, deve ter exigido um grande esforço e uma profunda busca em seus vasto campo de pensamentos e memórias, porque sua expressão era a de quem carregava um grande peso nas costas ao pronunciar:

- Me falta fé na idéia de que o homem seja a cura para um erro que seria a vida, tanto quanto que ele tenha tal capacidade. Mesmo que por ignorância ou com consciência, com nobres ou perversos interesses, ainda assim, se quisesse aniquilá-la, fracassaria. Penso sim que cabe ao homem proteger e cuidar da vida, como cuida de sua família, sendo o homem, não o genitor, mas o filho, que atingindo a maturidade assume o papel de líder, buscando novos lugares e meios para protege - lá. Ao fazer isto um filho abandona, em parte, a originalidade de sua família, mas estaria ele desonrando a casa de seu pai?

Enquanto as lembranças tomaram conta de Zazael, ele já entrara no interior do Salão Principal do Templo. Os tetos eram altos de aproximadamente 10 metros de altura na base e com os cumes dos côncavos uns três metros mais acima, mas sem nenhum signo ou imagem em qualquer parte, apenas as cores de pedra bruta e sem acabamento. Sendo o ambiente muito nebuloso, com apenas algumas velas que deveriam ser enormes, porém estavam queimadas quase até o fim, como se estivessem produzindo luz a séculos e agora estivessem prestes a darem seu ultimo suspiro de luz e esparramando-se pelo piso, preparam-se para seu repouso final. O piso era muito frio e a parte mais brilhante de todo o templo, feito de mármore liso e escuro que espelhava as chamas das velas e as colunas que sustentavam o templo, que vistas pelo reflexo pareciam descer até as profundezas indo de encontro a escuridão. Ao centro na outra extremidade do grande salão havia uma figura, e quanto mais Zazael se aproximava, melhor podia distinguir um vermelho escuro da neblina que envolvia todo o salão.

Mais próximo, pode perceber que se tratava de um homem, vestido com um manto, de costas e em posição de meditação em cima de um amontoado de almofadas de cor azul. Olhando deste ângulo parecia que o homem flutuava a alguns centímetros, tendo uma pequena distancia que o separava de seu reflexo no piso. Zazael detêm-se aquela distancia observando se o homem manifestaria alguma reação a sua presença. Passa-se alguns minutos e como se sob efeito de alguma magia ou alucinógeno sua mente encontrava-se sem pensamentos, ele apenas observa e outra vez ele sentiu paz.

Sentando-se a um pequena distancia, Zazael, cria coragem de falar o motivo de sua visita. Como sempre, objetivo e direto, não precisava e nem queria explicar como chegou a li. De certa forma, sentia que provavelmente o Mestre saberia de sua vinda, e o aguardava. Assim sem meia palavras, mas em com um tom de voz respeitoso, perguntou:

- Grande Mestre, Pai Mei, preciso que me ajude a entender, se estou no caminho certo. Reuni ao meu redor grandes homens, e investi muitos recursos durante um longo tempo na tentativa de entender a sede da Humanidade por uma explicação divina para a existência. Deposito em sua pessoa a minha esperança, de estar errado, uma vez que apesar de todo o esforço despendido na tentativa de comprovar que a vida do homem não é apenas fruto do acaso, eu fracassei.


...continua

Experiência Transcendental (Veronika decide morrer)

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Hoje aconteceu algo que posso avaliar como transcendental, estava na Biblioteca Publica do Paraná, e procurava um livro, nenhum especifico, mas algum em especial. Depois de algum tempo sem êxito na busca inconsciente, lembrei de alguns títulos que seriam interessantes, porém novamente me vi frustrado. Após um longo tempo entre as prateleiras e entre meus próprios avanços dentro da memória na busca de um bom livro, surgiu em minha mente o nome Paulo Coelho.

Depois de uma procura rápida e desorganizada sem sucesso, voltei ao catalogo a fim de sistematizar minha busca. Encontro o nome do Autor e sua codificação (865.35 C...). Com isto localizei o lugar onde deveriam estar os livros de Paulo Coelho, mas para minha surpresa, ou melhor, decepção, não havia nenhum!

Talvez devido meu estado de espírito atual não pude pedir ajuda aos funcionários da Biblioteca. E assim tentei mais uma vez encontrar os livros em outras prateleiras e como já estava exausto logo encontrei um livro qualquer e procurei um lugar para me sentar. Minha intenção apenas avaliar se realmente seria interessante esta leitura antes de levar tal livro para casa, e me sentei, mas não antes de avaliar rapidamente os vários lugares vagos e escolher, talvez sem critérios bem definidos o lugar que enfim escolhi.
Antes mesmo de iniciar minha leitura desinteressada que me aguardava, vi um pequeno livro preto em péssimo estado sobre a mesa. Não sei se o titulo ou o estado, mas algo me chamou a atenção e peguei dentre os vários livros que estavam abandonados e para minha surpresa um exemplar de MAKTUB, de acreditem quem? Paulo Coelho.

Isto poderia ser qualificado como talvez uma bela coincidência, destas que normalmente chamamos de sorte. Mas algo ainda mais espetacular aconteceu. E não estou me referindo ao fato de após ler a introdução do livro, que narra sinais de que ele realmente deveria ter sido escrito. Talvez por influencia (o que já denota algo muito maior do que sorte ou coincidência), refleti um pouco sobre sinais, estas indicações que as vezes vemos do nada e que nos dão a direção do que fazer, e desta reflexão surge aquele sentimento de que infelizmente este livro, Maktub, não era o livro que eu esperava encontrar. E enquanto pensava olhei para os livros a minha frente na esperança de encontrar mais um livro do Paulo Coelho, aqui na minha frente, e eis que me deparo com Veronika decide morrer.

Não sei se para descrever algo como transcendental temos que viajar no tempo fisicamente, flutuar por cima de muros bem altos ou encontrarmos com algum ser sobrenatural. Talvez o fato de encontrar este livro, nas circunstancias as quais o encontrei pode ser considerado algo transcendental. Por quê? Simples, pelo fato de ter aproveitado que estava ali sentado com o livro na mão, e sem ter nem tempo para pensar tudo que agora relatei, eu começo a ler. Nunca me interessei por livros, filmes, histórias ou mesmo assunto qualquer, que tivesse como personagem principal uma mulher. Talvez por ser homem, talvez porque a sociedade seja homem, talvez porque o Batmam seja homem. Mas, naquele momento, estava eu lendo um livro sobre uma mulher e o que me surpreendeu, aquela personagem tinhas pensamentos iguais aos meus, estava ouvindo as palavras de uma mulher e era como se fosse as de um homem normal, numa situação diferente, mas não era como se fosse uma mulher e sim as minhas palavras que encontrei naquele livro, minhas lamentações e minhas queixas. O mesmo sentimento de que a vida já não valia apena ser vivida.
Realmente tem coisas que não podemos explicar. As coisas mais importantes da vida, nós não podemos explicar e nem controlar. Não escolhemos nossos pais, o país em que nascemos e tão pouco a educação com a qual nos iniciamos. Não compreendemos o motivo, mas temos amigos e gostamos deles assim como eles gostam da gente, apesar de não termos decidido conscientemente que seria assim. Apesar de tomar grandes decisões em nossa vida, sobre estudo, trabalho, casamento e muitas outras coisas que achamos controlar, na verdade não temos nem noção do que aquelas decisões realmente acarretaram em nossas vidas. Escolhemos uma casa e depois descobrimos um vizinho que muda nossa vida para sempre. Escolhemos um emprego e passamos a viver com todos os seus problemas e benefícios sem ter dado conta de tudo o que isto influenciara em nossa vida. Apaixonamos-nos de repente e muda a direção da vida totalmente, entregues a algo novo e que com certeza não foi planejado.

O que a Veronika descobrirá eu ainda não sei. Mas vou acompanha lá nesta viagem.

31/08/2007

Complemento (2009)

A viagem de Veronika é uma viagem pela existência humana, e quem a acompanhar irá questionar, assim como ela o faz, alguns de seus conceitos mais fortes, e provavelmente poderá desfrutar de uma mudança interior que justifica ainda mais o titulo deste artigo, do que talvez o breve relato aqui descrito.

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segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Debate em Oxford (Deus, Um Delírio)

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Talvez para algumas pessoas um debate filosófico sobre questões sobre a espiritualidade seja, além de penoso, algo inútil, uma vez que seria infrutífero intelectualizar este assunto devido a sua própria natureza. A maioria das pessoas, por terem suas convicções, nem chegam a cogitar tal debate, considerando-o, um delírio. Por exemplo, alguém defende, hoje em dia, que a Sol gira em torno da Terra? Não que nossas percepções sejam claras quanto ao tema, mas se você ainda não conseguiu se convencer de que apesar termos a sensação de que a Terra está imóvel e que o Sol percorre um caminho todos os dias no céu, acredite, o fato é que ocorre exatamente o contrario! Ou se preferir inicie um debate a respeito do tema com seus colegas, professores ou se tiver acesso, questione algum astrônomo, seria o melhor, pois ele talvez seja o único que achará interessante explicar o tema. Pode ter certeza, sua iniciativa será considerada um devaneio e você um louco.

Existem outras “teses”, convencionadas como verdade, das quais normalmente não existem muitos questionadores e se existem não são levados muito a sério. A existência de divindades é uma delas. Não estamos falando aqui de religião, mesmo porque existem varias, com pontos de vista às vezes bem conflitantes. Estamos falando da existência de uma divindade, até porque existem entendimentos entre as diversas religiões da atualidade, e seus seguidores menos ortodoxos, de que elas são manifestações diferentes do mesmo Deus. Ainda assim existem interessados em questionar esta convenção. Se você tiver este interesse, poderá ler um livro de muito sucesso, que se dirige as pessoas dispostas a questionar de forma “racional” a existência de um criador para o universo, Deus, um delírio – do biólogo Richard Dawkins. Alguém com tendências ao ateísmo ao ler este livro deve pensar algo como: “Uff!... Até que enfim. É isto mesmo que eu estava pensando. Achei que era só eu que tinha percebido!” Deste sentimento devemos chegar a duas conclusões (já que estamos tentando chegar ao nível de um debate filosófico), primeiro, e anda estimulante, é a que realmente você não é nenhum super visionário como Charles Darwin ou Albert Einstein, que descobriu, sozinho, que a crença nas religiões atuais é tão legítima quanto a de que a terra proveio de uma parte de um deus-gigante morto em uma batalha antes do início dos tempos (com todo o respeito, diga-se, a cultura nórdica). Neste inicio do século XXI não é comum pessoas afirmarem que acreditam, ou simplesmente que viram, Minotauros ou Dragrões. Porém, o relato de contatos com espíritos de pessoas mortas, é bem comum. Existem muitas pessoas que pensam que a única diferença entre as religiões atuais e a mitologia grega, é apenas o momento histórico, bem menos, são as que se estão dispostas a debater este assunto, mas elas existem e devem ter existido durante toda a história.

O outro ponto é já que houve esta identificação com o texto, não seria pelo fato de talvez os temas abordados sejam de conhecimento comum e não fruto de alguma tese biológica avançadíssima. Neste ponto caberia a reflexão apontada no livro, O delírio de Dawkins, onde o autor, que tem uma posição totalmente contrária (o titulo já deixa isto claro!!), diz rebater ponto a ponto, com evidências, as concepções sobre e inexistência de um Deus, expostas por Dawkins. Neste livro, Alister McGrath, que se diz ser um ex-ateu e agora é professor de teologia histórica de Oxford (que mudança, ien?), levanta um ponto o qual realmente questiona a principal linha de raciocínio dos que dizem não acreditar em dragões, minotauros e deuses: a fé de que eles não existem! Realmente quando acreditamos em alguma coisa nos temos fé que aquilo seja verdade.

Mas precisamos mesmo provar que uma coisa não existe para ter certeza que ela não exista? O fato de não ver lagartos soprando fogo e abatendo aviões nos céus todos os dias, realmente não é argumento suficiente para provar que dragões não existem? Tudo bem, talvez o exemplo do dragão seja mais fácil de acreditar que é apenas um fruto de superstições da humanidade em épocas antigas. Agora, é realmente mais complicado de questionar a existência um criador do universo, que coincidentemente justifique nossa vontade de existir para sempre, que satisfaz nossa vontade de nos sentirmos amados e especiais, e ainda, que idealizou o mundo apenas para servir de palco para que sua principal criação, a humanidade, viva (e o adore). Dragões voam , são grandes e soltam fogo pela boca, e quais são as características que poderíamos identificar como sendo provenientes deste criador inteligente do universo? Bem, está divindade existe e a prova disto são todas as coisas que não conseguimos explicar foram obra dele. O amor é uma prova. A natureza com suas perfeições seria outra (ao menos naquilo que já não teve explicação cientifica). Em fim, a muitos enigmas que a humanidade ainda não decifrou. E provavelmente nem tudo poderá ser explicado com teses cientificas, ao menos enquanto formos apenas homo sapiens. Mas pior do que a contradição dos que tem fé na inexistência de um Deus é a contradição dos que crêem e justificam sua fé com base nas evidências de que existem fatos que ainda não podem ser cientificamente explicados. Como já disse Isaac Asimov: “Se para alguns parece difícil acreditar que o homem tenha evoluído do seio dos primatas, para mim parece menos coerente ainda acreditar que ele tenha sido criado do barro, instantaneamente, após um sopro de um ser mais complexo que o próprio universo”.

Desculpe Mr. Alister McGrath, mas a linha de raciocínio de meramente criticar a forma firme e contundente com que Deus, um delírio, fala das religiões é muito simplória, apesar de a linguagem do livro não ser politicamente correta, ainda assim pode ser que seu conteúdo seja verdadeiro. E inda, se sua principal justificativa para desmerecer os argumentos expostos é o de que os ateus também possuem fé. Pasmem! Acredite se quiser, mas, parece que os ateus são seres humanos!

Leia pelo Google Livros: Deus, Um Delírio (Dawkins, Richard - 2006)
O Delírio de Dawkins (Mcgrath, Alister/Joanna- 2007)
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domingo, 16 de agosto de 2009

As 3 tartarugas gigantes

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Os antigos babilônicos acreditavam que o mundo era sustentando pôr 5 gigantes em cima de 3 tartarugas mais gigantes ainda que caminhavam num deserto a milênios... bem não preciso dizer que o deserto era gigantesco!

Fico pensando, será mera coincidência que um átomo seja composto de um núcleo no centro com elétrons girando em volta fazendo diferentes elipses muito parecido com o nosso sistema solar. Talvez o Sol seja apenas um núcleo de um átomo e a Terra nada mais que um elétron executando uma orbita em volta deste núcleo. Bem, existem vários sistemas planetários pelo universo e se existem seres pequenos vivendo dentro de um elétron que evoluíram a ponto de lançar satélites em volta de seu elétroplaneta para observar a imensidão fora de seu pequeno átomo ( pequeno para nós - para eles seria um sistema planetário), provavelmente a visão que eles tenham é igual a nossa observando outros átomos numa imensidão escura e num mundo inexplicavelmente de pé ( de pé porque não esta tudo caindo e sim tudo parado).

Se você acha difícil entender como as estrelas e os planetas não caem e tem uma posição no universo agora já sabe, é simples, pelo mesmo motivo que os átomos também não caem!

Para quem acha que não tem nada de cientifico nesta teoria e isto está totalmente em desacordo com as leis da física, lembre-se da Lei da Relatividade que diz que próximo a grandes massas (como as tartarugas dos babilônicos por exemplo), o tempo passa mais lentamente. Isso explica porque os acontecimentos nos planetas elétrons não interferem em nada em nossa vida, da mesma forma que tudo que acontece com as pessoas do megamundo (o universo), do qual do nosso sistema solar é apenas um átomo, também não são perceptíveis. Veja, como o tempo passa mais devagar conforme maior for a massa, um período de 1 bilhão de anos para os seres pequeninos dos elétrons é apenas um segundo para nós, logo nada do que façam será perceptível uma vez que será muito rápido. Da mesma forma toda a historia da humanidade acontece em um milésimo de segundo que jamais será notado pelo mundo dos “gigantes”. Só para ficar claro da diferença de massa, estamos comparando aqui algo como um guerreiro babilônico e a galáxia que abriga o planeta que tem o tal deserto babilônico na superfície.

Bem, isto é tão improvável quanto é improvável que o mundo existe a 15 bilhões de anos ou que o formato da nossa galáxia seja uma espiral como afirmam os cientistas, nessa hora me lembro do meu pai que sempre que houve frases do tipo “os dinossauros desapareceram da face da terra a cerca de 60 milhões de anos”, e faz a sabia observação: “quem duvida que vá contar!”

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

As Respostas da Religião

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Uma pessoa pode até não ter uma religião com a qual se relacione na forma de devoto, seguidor e/ou ativista, mas alguma coisa ela terá em seu lugar. Algum hobby qualquer que substituirá a religião ou ao menos amenizará o sentimento de vazio deixado pela falta da espiritualidade. 

A espiritualidade, ou seja, as religiões como um todo, preenchem um espaço enorme do nosso ser, psicologicamente falando, que é criado por duas habilidades da nossa mente, que por natureza, são inquietas e desenfreadas. Elas surgem o tempo todo em nossas mentes, se não a mantivermos ocupada. E agindo em conjunto, elas possibilitam todas as maravilhas que a humanidade já criou, na arte, na ciência e na religião. São elas a criatividade e a curiosidade.

Quando crianças, ainda no alvorecer destas habilidades natas de todo ser humano, estamos sempre perguntando o motivo de as coisas serem como são, de estarem onde estão e uma imensa de outras questões às vezes até inconvenientes. Que criança ao olhar para um objeto nunca antes visto e que chama a sua atenção a ponto de observá-lo por algum tempo não indaga, ao primeiro adulto por perto, “o que é isto?” Coisas interessantes acontecem nesta situação, se o objeto em questão for algo muito complexo para explicar (como um barômetro) ou se for algo cuja finalidade não seria apropriada para a criança (um caixão por exemplo). 

No primeiro o adulto disposto a responder tal questionamento tende a refletir no sentido de encontrar uma resposta apropriada, que não gere mais dúvidas ou que abra caminho para uma conversa com a qual ele não está confortável para discutir com uma criança, e usando de sua criatividade, inventa uma utilidade que satisfaça a curiosidade da criança e assim encerrar o assunto (relógio e uma caixa grande, digamos). O interessante disto tudo é que a criança se satisfaz com esta resposta. Ela precisava apenas de uma reposta, independente do tão simplista que esta venha a ser, e logo, sai pulando e cantando, já que não precisa mais gastar sua energia mental na tentativa de descobrir o que é tal coisa, e poderá continuar a brincar.

Parece que com o tempo as crianças passam a ser menos curiosas e mais criativas já que perguntam menos. Além é claro de já ter respostas para muitas coisas simples que já foram explicadas durante sua vida, talvez, elas tenham em sua mente matéria prima suficiente para criar suas próprias teorias de para que servem as coisas. Um caixão pode virar uma piscina e o barômetro um relógio mesmo (talvez uma criança pude-se nos dizer outra utilidade aparente para aquilo!). O problema é que a criatividade não se limita a ficar criando respostas para todas as indagações da curiosidade, e ultrapassando o próprio limite das dúvidas existentes e se aprofundando em suas próprias reflexões, a criatividade, agora agindo em conjunto, passa a criar dúvidas ainda mais complexas. Nesta fase as crianças entram em entraves filosóficos com os adultos que estejam dispostos a explicar, chegando as vazes a perguntas, que mal sabem elas, nunca serão plenamente respondidas.

Tal relação, da criatividade para satisfazer a curiosidade, tende a se repetir também na fase adulta. Acontece que nesta fase alguns se tornam mais criativos e outros, a grande maioria, mais curiosos. A criatividade só gera frutos devido à própria curiosidade da pessoa, que procura entender o motivo de as coisas acontecerem, gerando espaço para surgir teorias explicativas. A criatividade atua também, para os que a tem em melhor desenvoltura, no sentido de satisfazer a curiosidade dos outros, que necessitam das mesmas respostas, porém, não tiveram vontade ou mesmo capacidade de inventar as suas próprias. É ai que a espiritualidade age como calmante, apresentando respostas para quaisquer dúvidas intrigantes que a curiosidade insiste em saber. Inegável são as diversas contribuições, tanto ao individuo quanto a sociedade, advindas das religiões, que satisfazem tal necessidade humana por suas explicações. Porém, é inegável também o fato de que são obras de criativos para satisfazer curiosos

Muitas respostas prontas para questionamentos como: Porque estamos aqui? Para onde vamos depois de morrer? São como as respostas que damos a nossas crianças, quando estas nos questionam algo complexo de mais e apenas falamos algo que ela entenda e satisfaça sua curiosidade. Depois de respondido, sem ter de gastar nossas energias mentais na tentativa de compreender, podemos continuar a fazer as coisas que os adultos fazem.

Mas se a pessoa não tiver a mesma disposição para se conformar com estas respostas prontas? Ou se a pessoa não tiver tantas coisas mais importantes e divertidas para fazer e ao se deparar com tais explicações, coloca-se a refletir sobre elas? Bem, este normalmente é o papel do filósofo que tende a questionar mais do que responder, muitas vezes até, solucionando problemas com estas questões, já que demonstra que as perguntas anteriores eram menos relevantes que estas que ele propôs (estilo Socrático). Em outros casos pode ser que a pessoa usando, de sua criatividade, crie soluções mais bem elaboradas aos questionamentos dos curiosos, apresentando respostas mais complexas (neste caso, entenda-se curiosos como humanidade em geral). Ai talvez entre a ciência.

Para onde vamos depois que morremos?

– Se fomos boas pessoas durante a vida, vamos para um mundo bem melhor.
Diria a religião.

– Por que preocupas com a morte ao invés de preocupar-se com a vida?
Diria a filosofia.

– Até onde sabemos, a morte biológica encerra também toda a atividade consciente, logo para lugar algum!
Diria a ciência.

Não é de se admirar que, normalmente, não seja na ciência que se procure respostas para certos questionamentos.

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