terça-feira, 18 de agosto de 2009

Experiência Transcendental (Veronika decide morrer)

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Hoje aconteceu algo que posso avaliar como transcendental, estava na Biblioteca Publica do Paraná, e procurava um livro, nenhum especifico, mas algum em especial. Depois de algum tempo sem êxito na busca inconsciente, lembrei de alguns títulos que seriam interessantes, porém novamente me vi frustrado. Após um longo tempo entre as prateleiras e entre meus próprios avanços dentro da memória na busca de um bom livro, surgiu em minha mente o nome Paulo Coelho.

Depois de uma procura rápida e desorganizada sem sucesso, voltei ao catalogo a fim de sistematizar minha busca. Encontro o nome do Autor e sua codificação (865.35 C...). Com isto localizei o lugar onde deveriam estar os livros de Paulo Coelho, mas para minha surpresa, ou melhor, decepção, não havia nenhum!

Talvez devido meu estado de espírito atual não pude pedir ajuda aos funcionários da Biblioteca. E assim tentei mais uma vez encontrar os livros em outras prateleiras e como já estava exausto logo encontrei um livro qualquer e procurei um lugar para me sentar. Minha intenção apenas avaliar se realmente seria interessante esta leitura antes de levar tal livro para casa, e me sentei, mas não antes de avaliar rapidamente os vários lugares vagos e escolher, talvez sem critérios bem definidos o lugar que enfim escolhi.
Antes mesmo de iniciar minha leitura desinteressada que me aguardava, vi um pequeno livro preto em péssimo estado sobre a mesa. Não sei se o titulo ou o estado, mas algo me chamou a atenção e peguei dentre os vários livros que estavam abandonados e para minha surpresa um exemplar de MAKTUB, de acreditem quem? Paulo Coelho.

Isto poderia ser qualificado como talvez uma bela coincidência, destas que normalmente chamamos de sorte. Mas algo ainda mais espetacular aconteceu. E não estou me referindo ao fato de após ler a introdução do livro, que narra sinais de que ele realmente deveria ter sido escrito. Talvez por influencia (o que já denota algo muito maior do que sorte ou coincidência), refleti um pouco sobre sinais, estas indicações que as vezes vemos do nada e que nos dão a direção do que fazer, e desta reflexão surge aquele sentimento de que infelizmente este livro, Maktub, não era o livro que eu esperava encontrar. E enquanto pensava olhei para os livros a minha frente na esperança de encontrar mais um livro do Paulo Coelho, aqui na minha frente, e eis que me deparo com Veronika decide morrer.

Não sei se para descrever algo como transcendental temos que viajar no tempo fisicamente, flutuar por cima de muros bem altos ou encontrarmos com algum ser sobrenatural. Talvez o fato de encontrar este livro, nas circunstancias as quais o encontrei pode ser considerado algo transcendental. Por quê? Simples, pelo fato de ter aproveitado que estava ali sentado com o livro na mão, e sem ter nem tempo para pensar tudo que agora relatei, eu começo a ler. Nunca me interessei por livros, filmes, histórias ou mesmo assunto qualquer, que tivesse como personagem principal uma mulher. Talvez por ser homem, talvez porque a sociedade seja homem, talvez porque o Batmam seja homem. Mas, naquele momento, estava eu lendo um livro sobre uma mulher e o que me surpreendeu, aquela personagem tinhas pensamentos iguais aos meus, estava ouvindo as palavras de uma mulher e era como se fosse as de um homem normal, numa situação diferente, mas não era como se fosse uma mulher e sim as minhas palavras que encontrei naquele livro, minhas lamentações e minhas queixas. O mesmo sentimento de que a vida já não valia apena ser vivida.
Realmente tem coisas que não podemos explicar. As coisas mais importantes da vida, nós não podemos explicar e nem controlar. Não escolhemos nossos pais, o país em que nascemos e tão pouco a educação com a qual nos iniciamos. Não compreendemos o motivo, mas temos amigos e gostamos deles assim como eles gostam da gente, apesar de não termos decidido conscientemente que seria assim. Apesar de tomar grandes decisões em nossa vida, sobre estudo, trabalho, casamento e muitas outras coisas que achamos controlar, na verdade não temos nem noção do que aquelas decisões realmente acarretaram em nossas vidas. Escolhemos uma casa e depois descobrimos um vizinho que muda nossa vida para sempre. Escolhemos um emprego e passamos a viver com todos os seus problemas e benefícios sem ter dado conta de tudo o que isto influenciara em nossa vida. Apaixonamos-nos de repente e muda a direção da vida totalmente, entregues a algo novo e que com certeza não foi planejado.

O que a Veronika descobrirá eu ainda não sei. Mas vou acompanha lá nesta viagem.

31/08/2007

Complemento (2009)

A viagem de Veronika é uma viagem pela existência humana, e quem a acompanhar irá questionar, assim como ela o faz, alguns de seus conceitos mais fortes, e provavelmente poderá desfrutar de uma mudança interior que justifica ainda mais o titulo deste artigo, do que talvez o breve relato aqui descrito.

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