sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Os caminhos da Sabedoria (O Tal da Física)


Um grande físico, do auto de sua, reconhecida, autoridade acadêmica, abertamente se auto denominava um ateu. Sua decisão de assim ser, se deve, como ele sempre dizia, ao fato de a ciência ter desmascarado quase todas as lendas das religiões ocidentais. Mas a repugnância as religiões em geral, se devia ao fato de em pleno século XX, onde as conquistas científicas transformam a vida do homem moderno, que pratica em seu dia-a-dia todo o tipo de magias e milagres na visão do homem do passado, ainda existam crenças religiosas baseadas no pensamento medieval. Sabia, ele, que existem diversas instituições que se utilizam da fé explorando a religiosidade das pessoas com um único objetivo, o de perpetuasse e crescer como organização.

Ainda assim, no recôndito de sua mente, algo mágico, que ele tentava em vão inibir, sempre surgia em seus pensamentos. A ciência de certa forma proporcionou uma visão de um mundo mais complexo, auto-sustentável e menos dependente de divindades. Não é preciso um que um deus das chuvas seja agradado para que a uma plantação, em última análise a maior fonte de alimentação da humanidade, seja agraciada com a água tão necessária para seu crescimento. Nem tão pouco precisa existir um deus Sol que mantenha a chama do dia acesa, por quanto, o tempo do Sol ainda é suficiente para muitas gerações do homem. Porém, tanto a água quanto a luz do Sol, são essenciais, sendo que apenas foram criadas denominações diferentes a origem destas peças fundamentais da vida. Mas o entendimento da origem de todas as coisas, apenas aumenta a admiração do homem perante o deslumbrante mundo que o cerca e sua perfeita simetria. A grande teoria da casualidade, que justificaria matematicamente a existência da perfeição física da Terra, que se tornou o berço da vida, parece razoavelmente mais plausível que um a de um arquiteto, mais complexo que o próprio universo, a tenha desenhado, e também ao resto do universo apenas como pano de fundo (já que em princípio a vida pode ser exclusividade da Terra).

Mas a perfeição da matemática, que é obra do homem e apenas serve para simbolizar a realidade (que não é matemática e sim real), parece indicar que existem contornos como que, o mundo, tivera sido elaborado por um intelecto racional (com a qual nos identificamos, já que podemos de certa forma compreender).

Assim, o físico reconheceu, apesar do quão infantil lhe parecesse, que existe a possibilidade de existir verdades nas mitologias do homem. Procurando acalmar seus impulsos e ordenar sua mente, o grande físico moderno, Fritjof Capra, procura respostas na tradição milenar de diversas culturas. E nesta peregrinação, que lhe possibilitou conatos com grandes pensadores do mundo ocidental e do mundo oriental, seu encontro com um misterioso homem, Krishnamurti, o ajuda a encaixar alguns dos seus pensamentos mais dispersos:

- Tu és um grande homem da ciência, jovem Capra, e eu o admiro muito. Disse o sábio, levantando-se para receber a ilustre visita.

- Eu é que tenho muitas razões para admirá-lo, mestre Krishnamurti, se assim posso chamá-lo? – Responde com todo o respeito o nobre físico austríaco, enquanto segura as mãos do senhor a sua frente.

- Quem me dera ser um mestre, pois um mestre eu não sou. E também não tive a honra de conhecer nenhum homem que o seja, ao menos não na forma que me julga. – Respondeu o sábio - Não tenho mestres e também não posso eu me considerar um, e por isto mesmo sou livre, e a liberdade é a única expressão de sabedoria, que eu busco. - Falava enquanto sorria e sentava-se.


- Tenho o conhecimento, de que desde muito jovem, o senhor foi considerado um emissário dos deuses, o homem que porta uma mensagem especial, mas ao contrário de muitos na história, seu objetivo não era uma grande organização espiritual ao seu redor, pelo contrário, mesmo já a possuindo, abdicou para viver sozinho. Tendo tanta sabedoria, não seria necessário divulgá-las de todas as maneiras possíveis? – Indaga Capra, o maior motivo de sua admiração pelo sábio indiano.


- Como havia dito eu busco a liberdade, principalmente a liberdade de idéias. A sabedoria, não está nas escrituras, não está na tradição. A verdade é inerente a cada ser, sendo que seu habitat é uma terra sem caminhos. Existe muita sabedoria nos escritos antigos, mas não podemos literalmente compreender o que os sábios pensavam. A palavra é um símbolo pelo qual uma idéia é transmitida. Porém como as coisas do mundo, as idéias não são estáticas, sendo que surgem de um lugar longínquo e suas dimensões são maiores que as palavras que as expressam.

- Mas minha razão insiste em se opor que exista alguma verdade, a qual por outro meio que não o da própria razão, seria possível a mim, conceber.

- Cumpre perfeitamente bem seu papel, a razão. - Fala como se não tivesse ainda compreendido onde queria chegar seu jovem interlocutor.

Capra, demonstrando um claro cansaço mental, que deveria tem durado anos em seu interior, e indaga:
- Mas e qual o meu papel? Deveria eu ignorar os argumentos de minha razão?

- Seu grande espírito, jovem Capra, tem um brilho especial, sendo a parte de seu intelecto, que você mesmo chama de razão, a maior expressão deste seu espírito. Como poderá, você, chegar as verdades que acalmaram sua agitada mente, se não pelo meio pelo qual melhor ela se expressa?

Capra, estava diante de um dilema de importância sem igual. Sempre procurou ele, decifrar os enigmas que a sua frente se apresentava, de forma racional, compreendendo todas as variáveis envolvidas, o contexto em que acontecem e acima de tudo os razões de ter acontecido. Muitas vezes inicialmente de forma intuitiva, porém sempre justificada racionalmente, os enigmas se decifravam em sua mente. Compreendera os principio da física, como poucos o podem. Mas agora, aquele sábio indiano, o colocará diante de um dilema maior que qualquer enigma matemático poderia ser.

- Deveria alegrar-se com está situação. Você sabe que É. Porém não pode compreender. Provavelmente da forma que tenta, jamais poderá. Mas ainda assim você sabe que é. Agora, procura somente alguma justificativa, que em sua concepção matematica, deve ser racional, que justifique.

A Fé como seu próprio nome já nos sugere, é uma crença inequívoca em algo que foge aos limites da razão. É nítido as conquistas das ciências naturais, que desvendam os mistérios do funcionamento da matéria (química), das interações entre a matéria e a vida (biologia) e ainda, sondando os limites do infinito tanto no caminho do sempre menor, do microscópico, quanto no caminho do sempre maior, do macroscópico (física). Porém ao contrário do que muitos filósofos e cientistas previam, as idéias de origem metafísica, continuam sobrevoando o consciente coletivo, e apesar de ser, talvez, necessário a expansão dos horizontes das religiões, ainda assim, as religiões continuam sendo o abrigo que conforta o espírito humano.

E para todos aqueles que necessitam de calmantes para razão, cujo os anseios da mente são desenfreados na direção do cientifico, cabe as reflexões deste físico, conhecedor da problemática quântica e da filosofia oriental, no livro o TAO DA FÍSICA, que reconhece as semelhanças entre o misticismo milenar do oriente e as novas teorias da física moderna. Seria apenas uma mera coincidência ou a física moderna deparou-se com algo, que os sábios da antiguidade já conheciam intuitivamente.

...

Um comentário:

  1. Na Torá judaica original esta dito que D'us nunca apareceu para Moisés em forma humana, apenas como um "fogo queimando a sarça", e a voz que Moisés ouviu não vinha como voz de homem, mas como um trovão.. Daí, nós judeus acreditamos em nosso D'us, como um Sêr que tem vários nomes, um Sêr sem rosto, sem corpo, por isso não existem imagens de D'us entre nosso povo, existe apenas a menção de que Ele é onipotente e criador de tudo sob e sobre os céus e que se seguirmos a sua lei tudo que necessitamos será revelado (as descobertas cientificas são revelações de uma soma de homens que estudaram e passaram os estudos de geração em geração, não é verdade?) para que se cumpra sua promessa de salvação. Para nós D'us é ciência e amor no mais pleno uso da palavra sabedoria.

    Queria seguir sua página, mas não encontrei como me cadstrar, por isso vou salvar o link de seu Blog em meu Blog.

    Abraços

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