quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Apologia (O Delírio de Dawkins exposto)

O Blog Apologia, que se auto denomina: "um blog evangélico cuja missão é refutar críticas ateístas e demonstrar a veracidade da fé cristã.", apresenta em seu artigo O Delírio de Dawkins exposto, uma palestra do filósofo William Lane Craig, que questiona os argumentos ateísta do livro Deus, um delírio. 

Craig, na palestra, explica que o argumento central do livro de Dawkins, é baseado em 6 premissas:

1º A origem do que nos parece ser o "design" do Universo;
2º É tentador atribuir a este design um projetista;
3º Atribuir um projetista para o design levaria a necessidade de explicar quem é o projetista do projetista;
4º O "grande" desing da biologia é a Seleção Natural (de Charles Darwin);
5º Não existe, ainda, um desing para a física, que explicaria o design do Universo;
6º Provavelmente algum dia teremos uma teoria tão explicativa para a física quanto é a Seleção Natural para a Biologia.

Em seguida Craig, demonstra com sua lucidez filosófica que estas premissas, que foram elencadas pelo próprio Dawkins com sendo o coração do livro, não levam necessáriamente a provar, lógicamente, que Deus não existe. Apenas, segundo ele, em uma pespectiva mais "caridosa" e assumindo as premissas como verdadeiras, podemos concluir que não se pode provar a existencia de Deus a apartir do argumento de design do universo.

Além disto, para alegria de todos os que acreditam na existencia de um Deus (qualquer Deus), o palestrante explica que (considerando verdadeiro o argumento de que nenhum Deus seria o designer do universo) ainda assim é perfeitamente possível acreditar em algum Deus, por exemplo:

"talvez nós devemos acreditar com base no Argumento Cosmológico, ou Argumento Ontológico, ou Argumento Moral..." e ainda acresenta "ou mesmo acreditar baseado simplesmente em nenhum argumento". Devemos reconhecer a integridade moral de um filósofo como o Sr. Graig ao afirmar que este "nenhum argumento" pode ser como exemplo, as experiências religiosas ou uma revelação divina.

Graig continua sua palestra mostrando que é perfeitamente viável que uma explicação que necessite de um projetista é perfeitamente lógica, o que também devemos concordar, e que com isto, não se pode dizer que Deus não seja o projetista do Universo, com base nesta premissa. Afirma ainda que tal projetista não necessáriamente teria de ser mais complexo que o próprio Universo. Dispensamos aqui as descrições deste projetista, utilizadas pelo Graig, como "entidade não física" que não seria necessáriamente complexa, apenas vamos citar a frase:

"Dawkins evidentemente confunde as IDÉIAS de uma mente, que podem ser muito complexas, com a mente EM SI."  (eis uma idéia complexa, gerada por uma mente talvez bem menos complexa, para comprovar sua própria veracidade).


É difícil compreender em que ponto está palestra de alguma forma vai de encontro com a idéia do blog Apologia de refutar críticas ateísta, já que foram confirmadas várias das idéias que dão folegos aos que questionam as "verdades" religiosas. Graig, afirma (talvez sem a intenção) muitas coisas sobre Deus:

-Não é o Design da vida, como afirmaram muitos antes de Darwin;
-Pode não ser o Design do Universo, mas para ser bastaria ser "simples" como uma mente capaz de ter idéias complexas como o cálculo infinitesiamal;
-Pode se acreditar Nele com base no Argumento Ontológico;


Muitos são aqueles que argumentão que seria possível existir um Deus, qualquer um dos diversos já inventados pelo homem (mesmo que este Deus não tenha a maioria das prerrogativas que as religiões lhe atribuem) e este debate é utilizado, tanto pelos que acreditam (ou querem acreditar), quanto é utilizado pelo que não acreditam (ou preferem não acreditar) nas mitologias (tanto clássicas quanto modernas). Mas, como exposto nesta palestra, e já discutido aqui, muito pior do que a fé em não crer são certas "lógicas" para crença.





Bem Apologia acaba de ir para o lista de inspirações d'O Enigma de Jade.

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