terça-feira, 27 de outubro de 2009

Fim da História (de Hegel a Huntington)

Fim da história, conforme a teoria do filósofo alemão Friedrich Hegel, seria o  ponto onde ocorreria o último processo de mudança da historia. Sendo que a humanidade haveria encontrado um regime de governo que seria utilizado por um longo e indeterminado tempo.

Esta teoria foi retomada pelo norte americano, Francis Fukuyama, que alegava que o ponto máximo da evolução da humanidade, após o aniquilamento do socialismo e do facismo, seria o capitalismo liberal, que terminaria por se impor para todo o globo como regime predominante. Assim, o modelo capitalismo ocidental levaria ao Fim da História.

Contráriando esta visão, a tese de Huntington sobre o “choque de civilizações”, que pregava que após o final da guerra fria, o mundo entraria em uma guerra de civilizações, distinguíveis entre si pela cultura, sendo suas origens históricas e religião, os principais critérios de divisão. Nesta perspectiva o mundo seria basicamente dividido nestas principais "civilizações":

Sínica - Na região da Ásia Oriental, representada principalmente pela China.

Ocidental - Civilização greco-romana, religião predominante a judaico-cristã, compreendida nas regiões da Europa e os países do Estados Unidos, Canadá, Nova Zelândia e Australia.

Civilização Islâmica - Composta hoje por aproximadamente 57 estados do mundo árabe e norte da africa entre outros.

Nesta abordagem também teriamos as civilizações Japonesa, Latino Americana, Ortodoxia (Rússia) e da Africa Subsaariana, menos ativas em um cenário de conflitos entre culturas, tanto por menor poder econômico-político, quanto por terem afinidades com uma ou mais civilizações.

Esta visão do "Choque de Civilizações", que segundo Saramago foi "atacadas por uns e celebradas por outros quando do seu aparecimento", que ocorreu no início dos anos 90, mostra-se de certa forma verdadeira atualmente.

Hoje a supremacia do sistema político da Civilização Ocidental parece estar cada vez mais presente neste novo mundo globalizado. Algumas civilizações como a Japonesa, a maior parte da Latino Americana (incluindo o Brasil) e até mesmo o gigante asiatico, a China, aparentemente adotarão o sistema ocidental e com isto o mundo caminha para um certa unidade que poderia realmente parecer o Fim da História. Porém eis que surge um conflito, que em muitos aspectos não condiz com a realidade dos novos tempos de um mundo globalizado, "Cristianismo e islamismo continuam a comportar-se como inconciliáveis irmãos inimigos incapazes de chegar ao desejado pacto de não agressão que talvez trouxesse alguma paz ao mundo." (O caderno de Saramago - Um terceiro Deus).

De certa forma, atualmente, não existe conflito maior do que o religioso. Talvez não estejamos ainda preparados para algumas afirmações como a do filósofo Alemão Friedrich Nietzsche: "Temos a arte para não morrer da verdade", mas assumir certas posições, como a ignorância que são as verdades absolutas, que pregam a guerra entre povos, é a única esperença que temos de ver um mundo realmente globalizado e uma humanidade realmente unida.

Claro que Saramago satiriza ao levantar a hipótese de criação de um terceiro Deus, porém talvez exista outra opção, mais viável inclusive. Se for de arte que o homem precisa, a ciência, com suas diversas variáveis, desde a biologia até a matemática, tem muitas obras magnificas para serem criadas/descobertas e depois apreciadas, que poderiam ocupar todas as mentes e corações por muitos e muitos anos.

Mas se os homens precisam de histórias misticas com heróis e entes malvados para satisfazer o ego, a terra média esta de portas abertas para serem estudadas e vivenciadas, inclusive com uma origem bem mais elegante para o mundo do que muitas criações que são levadas bem mais a sério.








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